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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Tiroteio deixa dois mortos dentro de escola particular de Goiânia


O Corpo de Bombeiros relatou ainda que uma mulher ligou no 193 se identificando como professora e disse que uma pessoa invadiu a escola e fez diversos disparos.

Um colégio particular de Goiânia registrou um tiroteio nesta sexta-feira (20). De acordo com o portal G1, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), adiantou que duas pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas na escola localizada no Setor Riviera.

A escola, localizada no Setor Riviera, recebeu o serviço de socorro do Corpo de Bombeiros e, segundo o órgão, um dos feridos foi socorrido pelo Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) da Polícia Militar e levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

Ainda de acordo com o portal G1, outros quatro, segundo informações repassadas pela corporação, foram levados a unidades de saúde por terceiros.

O Corpo de Bombeiros relatou ainda que uma mulher ligou no 193 se identificando como professora e disse que uma pessoa invadiu a escola e fez diversos disparos.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Em debate sobre polêmica do MAM, deputados sugerem 'porrada' e tortura


Parlamentares quase entraram em confronto físico no plenário da Câmara, nessa terça-feira (3), ao discutirem performance de artista nu.

Deputados federais quase entraram em confronto físico no plenário da Câmara nesta terça-feira (3) ao baterem boca em torno da mostra que envolveu a interação de uma criança com um homem nu no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Dois parlamentares chegaram a defender "porrada" e tortura em colegas e no coreógrafo Wagner Schwartz, que realizou o trabalho na abertura da exposição "Brasil em Multiplicação" - nela seu corpo pode ser tocado pelo público, em uma interpretação da obra "Bicho", de Lygia Clark.

Durante o ato, uma menina foi incentivada pela mãe a interagir com o artista. Agachada, ela se movimentou ao lado dele e tocou sua perna e sua mão.

Um dos primeiros deputados a se inflamar na Câmara nesta terça foi João Rodrigues (PSD-SC), que em 2015 chegou a ser flagrado no plenário vendo pornografia no seu aparelho de telefone celular em plena votação da reforma política. Na época atribuiu o episódio a amigos que lhe mandavam "muita sacanagem".

"Um marmanjo completamente nu de mãos dadas com três ou quatro crianças fazia uma apresentação cultural", começou a discursar o deputado, subindo o tom a cada frase dita.

"O ato daquele pilantra que estava nu no museu de artes modernas não é só um ataque à moral do povo brasileiro, mas é pra mexer com o subconsciente dos tarados do Brasil. O psicopata, o tarado por criança, quando vê aquela imagem daquele patife, certamente dirá: 'tudo pode'.", prosseguiu.

Ao final de sua fala, se exaltou mais ainda: "Não consigo acreditar que tenha algum pilantra, algum vagabundo dentro dessa Casa que aplauda isso, porque se tiver tem que levar porrada. Se tiver tem que ir para o cacete, para aprender. Bando de safado, bando de vagabundo, bando de traidores da moral da família brasileira. Tem que ir pra porrada com esses canalhas."

Após sua fala, o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) foi à tribuna e lembrou o episódio em que João Rodrigues foi flagrado vendo e mostrando imagens pornográficas a colegas no plenário. "Ele foi flagrado assistindo filme pornográfico. Se é filme pornográfico, tem sexo, tem nu. Tenha vergonha na cara aqueles que querem dar puxão de orelha aos quem têm compromisso com a arte e a justiça social."

Ao descer ao plenário, os ânimos se exaltaram e os dois tiveram que ser contidos por colegas para não se agredir. Momentos depois, o deputado Laerte Bessa (PR-DF), que é delegado da Polícia Civil, exaltou instrumentos de tortura, afirmando que o coreógrafo da performance no MAM-SP merecia levar uma "taca".

"Pergunta se ele conhece direitos humanos? Direitos humanos é um porrete de pau de guatambu que a gente usou muitos anos em delegacia de polícia. Se ele conhece rabo de tatu [usado para chicotear presos], que também usamos em bons tempos em delegacia de polícia. Se aquele vagabundo fosse fazer aquela exposição (...) ele ia levar uma 'taca' que ele nunca mais ele iria querer ser artista e nunca mais iria tomar banho pelado", afirmou Bessa.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apelou para o deputado "manter o nível" e ordenou que suas palavras não fossem registradas nos anais da Casa.

Do Política ao minuto

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Setembro Amarelo alerta para a prevenção ao suicídio

Assunto complexo, o suicídio, que espelha fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais e também culturais, tem sido desvendado, nos últimos quatro anos, pela campanha Setembro Amarelo. Neste ano, como de costume, as atividades de prevenção e sensibilização incluem caminhadas, veiculação de materiais da campanha por figuras públicas que abraçam a causa e a decoração e iluminação de prédios públicos, praças e monumentos com luzes e itens amarelos.

As ações foram iniciadas pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (Iasp) e trazidas ao Brasil pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), referência no atendimento – inclusive remoto – a pessoas em crise, e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O Setembro Amarelo caminha junto com a campanha Janeiro Branco, que, em um mês em que as pessoas estão mais propensas a renovações, busca vivificar reflexões sobre saúde mental e valorização da vida.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorram, no Brasil, 12 mil suicídios por ano. No mundo, são mais de 800 mil ocorrências, isto é, uma morte por suicídio a cada 40 segundos, conforme o primeiro relatório mundial sobre o tema, divulgado pela OMS, em 2014.

Em geral, a vontade de acabar com a própria vida é provocada pela falta absoluta de perspectiva e uma enorme sensação de desamparo e angústia. O que não se destaca é que, na maioria dos casos, o radical desejo é gerado por um quadro de transtorno mental tratável, como depressão, transtorno bipolar afetivo, esquizofrenia, quadros psicóticos graves e transtornos de personalidade, como o borderline.

“Somente 3% não têm diagnóstico desses transtornos. Há um alto índice também de histórico de drogas, álcool e outras substâncias”, diz a psicóloga Fabíola Rottili Brandão.

Fabíola esclarece ainda que, embora prevaleçam os casos em que preexiste um distúrbio mental, há situações em que o suicídio pode ser um impulso desencadeado por um infortúnio pontual, mas que, ainda assim, a pessoa já tem um processo de desorganização interior. “Em 10% das ocorrências podemos observar essas questões. Pode ser, sim, um caso de súbita desesperança.”

Para o psiquiatra Régis Barros, fortalecer-se emocional e mentalmente é como o ser humano resiste às decepções e contrariedades, comuns a todas as pessoas. “Viver não é uma tarefa simples. Viver é fabuloso, mas somos sistematicamente testados, colocados à prova, sofremos com as frustrações do viver. A resiliência é importante para construir uma habilidade social para a vida”, diz.

Suporte
Barros defende que a sociedade contemporânea, além da violência, do estresse, da instabilidade econômica e social, vive um momento de competitividade cada vez maior, que favorece o adoecimento mental. “O que se vê são relações muito voláteis, famílias desorganizadas, um mundo social virtual em que o contato e as construções de relações são muito empobrecidas. Há, cada vez mais, jovens que se frustram mais precocemente, uma epidemia dos que se automutilam”, explica.

Por isso, poder contar com uma rede de apoio e, consequentemente, com o acesso ao diálogo é fundamental para que as pessoas com a chamada “ideação suicida” conquistem o equilíbrio e a estabilidade emocional garantidos pelo tratamento de psicoterapia e de medicamentos. Os remédios prescritos por um psiquiatra são essenciais para que o paciente recobre a ordem neuroquímica, e a terapia, por sua vez, auxilia o paciente a saber trabalhar suas emoções.

Há alguns sinais que podem ser identificados por familiares e amigos como sendo de risco, auxiliando no diagnóstico e, portanto, na assistência. Eles devem compreender que a depressão e o suicídio não são uma estratégia infantil da pessoa para chamar a atenção, nem frescura.

Desinteresse pelas atividades que sempre foram prazerosas, sentimento de inutilidade e de culpa, cansaço extremo, irritabilidade, dificuldade de concentração e de tomar decisões e até mesmo falta de higiene com o próprio corpo são comportamentos de alerta. A pessoa tende também a achar que é um fardo para seus amigos e sua família, pode ter baixa qualidade de sono e, ainda, perder ou ganhar peso.

“Há isolamento social, quebra no vínculo familiar, um grande sofrimento psíquico. Mas, às vezes, a pessoa esconde, coloca uma armadura e se esforça para não parecer doente”, complementa Fabíola.

Tanto as pessoas mais próximas como desconhecidos são capazes de acolher e mesmo encaminhar a pessoa suscetível ao tratamento com os profissionais adequados. De acordo com a psicóloga, as unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) carecem de investimento em medicamentos e psicoterapia. “O tratamento de crise precisa ser imediato e nem sempre os dispositivos estão preparados para atender o paciente”, diz Fabíola.

Essa conscientização da família, denominada psicoeducação, evita, inclusive, a repetição de episódios suicidas. “As doenças mentais têm componentes biológicos e não biológicos. Você tem famílias em que o componente é replicado. Mas há uma dificuldade em definir o que é fator ambiental, o que é herança genética, já que temos o mesmo ambiente, com as mesmas questões emocionais, que podem retroalimentar o desejo de se suicidar. O ato de se suicidar não será o ato primário, o primeiro, outros já aconteceram e podem ser evitados”, esclarece Barros.


Colegas de trabalho também podem e devem representar um ponto de socorro. “As empresas não estão preparadas para lidar com essa demanda. Quando tem afastamento do trabalho, existe preconceito. Os empregadores precisam buscar informações e achar formas de acolher. O profissional fica estigmatizado. A gente se dedica tanto ao trabalho e não encontra apoio ali”, pontua Fabíola.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

É preciso falar sobre bullying, depressão e suicídio, alertam especialistas

“Depressão é uma doença que faz a gente parar de enxergar a realidade que está a nossa volta. Por mais que alguém diga que você é bonita, bem-sucedida, nada disso adianta quando a gente está com esse defeito na cabeça, que diz exatamente o contrário”, conta Nauzila Campos, de 25 anos. A jornalista, advogada e modelo convive com a doença desde 2015.

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No mês em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o aumento de casos de depressão, especialistas e pessoas em tratamento destacam a necessidade de debater o assunto e de lidar com a influência do bullying sobre a depressão e da depressão sobre o suicídio.

O número de pessoas que vivem com depressão, segundo a OMS, cresceu 18% entre 2005 e 2015. A estimativa é de que, atualmente, mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo. “No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio, segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos”, destaca a OMS.

“O problema da depressão é que, mesmo que ela não seja crônica, ela é um fantasma que fica ali na moita, à espreita, pronta para atacar novamente”, acrescenta Nauzila. Em uma das crises, a advogada ficou horas vagando pelas ruas. Hoje, ela usa as redes sociais para falar do problema.

A coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, destaca que a falta de conhecimento faz com que o assunto se torne tabu, por isso, é tão importante discutir o tema. “Só sabe o que é depressão quem já passou ou está passando [por isso]. Quem está de fora claro que tem preconceito: é por que não tem o que fazer, é por que é preguiçoso. Então, [o doente] tem mil rótulos.”

O quadro de diminuição de autoestima, tristeza, desânimo e perda cognitiva é resultado de alterações nos neurotransmissores. “Então, a pessoa fica mais lenta nas reações emocionais, no sono, no peso que pode alterar para mais ou para menos. Uma infinidade de sintomas vai expor o quadro depressivo”, conta Alexandrina.

Segundo a OMS, a depressão será em uma década a doença que mais vai afastar as pessoas do seu dia a dia.

Além das redes sociais, séries na internet, desafios virtuais e brincadeiras perigosas colocam esses assuntos em destaque.

Bullying
Rebeca Cavalcanti, de 24 anos, não tem boas recordações do primário. “Foi um período muito complexo para mim, e o tipo de bullying que eu sofri foi por causa das minhas características físicas. Hoje em dia em tenho um sério problema por causa da minha aparência”, lembra a estudante.

Assim como Rebeca, dezenas de crianças e adolescentes são alvo de piadas e boatos maldosos, além de serem excluídos pelos colegas. Um em cada dez estudantes no Brasil é vítima frequente de bullying, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Dados do relatório mostram que 17,5% dos alunos brasileiros, na faixa dos 15 anos, sofreram algum tipo de bullying “pelo menos algumas vezes no mês”.

Segundo a psiquiatra, estudos mostram que casos de ansiedade e depressão podem estar relacionados ao bullying. “Ele vai massacrando a autoestima e isso favorece desenvolver alguns quadros, entre eles, de ansiedade e principalmente de depressão. Há estudos nacionais e internacionais mostrando que pessoas vítimas de bullying são mais suscetíveis a desenvolver quadros depressivos.”

Desde o ano passado, está em vigor a lei que obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e combate o bullying por meio da capacitação de professores e equipes pedagógicas. A norma também estabelece que sejam oferecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores.

13 Reasons Why
A série 13 Reasons Why, disponível no catálogo de filmes do Netflix, aborda casos de bullying entre adolescentes. A primeira temporada do enredo conta a história de um jovem estudante que encontra uma caixa com várias fitas cassete na porta de sua casa, gravadas por sua amiga que se suicidou. Em cada fita, a menina dá treze motivos pelos quais cada pessoa a quem as fitas foram enviadas, contribuíram para que ela se suicidasse.

CVV
A série fez com que aumentasse a procura pelo serviço do Centro de Valorização da Vida (CVV). Para a voluntária do CVV, que prefere ser chamada apenas de Leila, além de tratar como política pública, é preciso incentivar formas de ajuda em casos de depressão.

“A gente não pode ficar de braços cruzados vendo isso. É uma questão de política pública. Quando a gente está com uma dor no pé, a gente vai ao ortopedista, se o problema é o coração, com taquicardia, a gente vai ao cardiologista. Então, quando a gente está com uma dor emocional uma dor que não é física, a gente tem que tratar também buscar auxílio para essas emoções.”

Leila conta que as pessoas que recorrem ao CVV querem falar de suas angústias, de seus problemas de uma forma sigilosa, de uma forma acolhedora. “[Agimos] para que ela se sinta à vontade ali para falar coisas que talvez de outra forma ela não teria com quem falar. Ela se sentiria julgada.”

Além das unidades em diversas regiões do país, o CVV atende pelo número 141.
Suicídio

De acordo com a OMS, o suicídio é atualmente um problema de saúde pública, sendo uma das três principais causas de morte, entre pessoas de 15 a 44 anos, e a segunda entre as de 10 a 24 anos. A cada ano, aproximadamente 1 milhão de pessoas tira a própria vida, o que representa uma morte a cada 40 segundos. O Brasil tem cerca de 10 mil registros anuais.

Estudos revelam que a maioria dos suicídios está ligada a transtornos psiquiátricos como explica a psiquiatra Alexandrina Meleiro.

Em meio a informações sobre desafios virtuais e suicídios supostamente associados a jogos o médico Daniel Martins de Barros, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, defende que o tema seja conversado entre pais e filhos.

“Os pais têm o papel de ajudar os filhos a lidar com as informações que eles recebem do mundo. Não adianta você falar eu não vou conversar com o meu filho sobre isso, porque seu filho vai conversar sobre isso com outras pessoas. Então, é melhor você passar sua versão”, destacou o psiquiatra. “Às vezes, a criança e o adolescente não conseguem elaborar muito essa sensação de tristeza, mas ficam mais irritados, às vezes mais agressivos, mais inquietos. Começam a influenciar nos relacionamentos, no rendimento escolar. São mudanças que você só percebe estando atento, estando envolvido com seus filhos.”

E é possível reagir. “Eu sei o que é chegar ao fundo do poço e eu sei que é possível sair, não importa quão fundo você chegue. Eu sei o que é você acreditar que nada tem saída em relação àquele problema, que nada se pode fazer em relação à doença que você tem. Mas eu quero dizer que tem sim. É possível sair dessa”, disse a advogada Nauzila Campos.

Baleia Azul
O jogo virtual Baleia Azul é praticado em comunidades fechadas de redes sociais como Facebook e Whatsapp e instiga os participantes, em maioria adolescentes, a cumprir 50 tarefas, sendo a última delas o suicídio. Pelo menos três mortes suspeitas de estarem relacionadas ao suposto jogo são investigadas pelas autoridades locais de Belo Horizonte, Pará de Minas (MG), Arcoverde (PE). No Rio de Janeiro, a Polícia Civil investiga, pelo menos, quatro casos suspeitos, todos envolvendo adolescentes a prática do jogo no estado. A Polícia Federal busca os envolvidos com o jogo.

Na tentativa de proteger crianças e adolescentes nas redes sociais, o Safernet, entidade que aborda a questão da privacidade e segurança na internet, abriu uma linha para falar com os usuários sobre o Baleia Azul. Por meio de um post no Facebook, a instituição se põe à disposição para responder e-mail por 24h, para conversar em tempo real com os internautas e em oferecer atendimento psicológico a quem precisar.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Aconselhamento Psicológico



Por Suyane Elias Comar

O Aconselhamento Psicológico tem como teoria a de Carl Rogers com a abordagem centrada na pessoa, em seus sentimentos, conflitos e percepções, acreditando na potencialidade do homem e consequentemente capacidade de crescer e dar novos significados a sua vida.  A técnica do Aconselhamento está relacionada à resolução de problemas, a tomada de decisões e ao autoconhecimento, permite a pessoa trabalhar com seus recursos em um curto espaço de tempo, além de possibilitar o atendimento e acolhimento de uma grande demanda. Esse tipo de apoio tem ação educativa, preventiva e situacional voltada para soluções de problemas imediatos, é mais direcionada a ação do que a reflexão com sentido preventivo. Esse atendimento se trata de um momento onde a pessoa pode se recuperar e encontrar abrigo durante a sua caminhada.

O Aconselhamento Psicológico não é dar conselhos, mas tem como foco facilitar o processo de escolhas do paciente nas decisões que deve tomar quanto à profissão, família, relacionamento e etc. Não existe um caso específico, algumas pessoas buscam o Aconselhamento para simplesmente poderem conversar, outras para saberem algumas informações e algumas ainda possuem quadros graves e poderão ser encaminhadas a psicoterapia.

Muitas vezes o aconselhamento psicológico é visto enquanto prática que fornece “soluções” a pequenos ou grandes desajustamentos de conduta ou mesmo o de dar direções claras para as decisões a serem tomadas por um paciente. Essas idéias estão bastante ligadas com as primeiras práticas em Aconselhamento Psicológico, mas não prosseguiram ao desenvolvimento da técnica.

Originado nos Estados Unidos por volta de 1910, o aconselhamento foi fundados com o intuito de Orientação infantil e juvenil, porém a técnica que dominou entre as décadas de 20 e 60 foram as de psicodiagnóstico. No Brasil, o campo do Aconselhamento Psicológico começou a se desenvolver somente por volta da década de 70.

Atualmente, o aconselhamento é visto como um processo de aprendizagem com objetivos de bem adaptar o sujeito conforme os valores que ele atribui a vida. O ser humano carrega capacidades e potencialidades que podem ser mensuradas e desenvolvidas e por isso possui potencial de evolução e de mudança, desse modo o conselheiro deve assumir o lugar de modelo, organizando normas de conduta, valores sociais e hábitos de cidadania de forma ativa e direta.

Em casos mais severos, o cliente deve ser encaminhado a psicoterapia, mas mais importante do que a tarefa de encaminhá-lo ou não a terapia é a tarefa de acolhê-lo em seu sofrimento. Contudo a principal finalidade do Aconselhamento Psicológico é reduzir os riscos na saúde do cliente resultante de mudanças concretas, desenvolvendo a singularidade e acentuando a individualidade, modificando comportamentos negativos, melhorando a qualidade de vida do cliente além da humanização dos serviços.


Do InfoEscola

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Viés de confirmação: Na verdade buscamos apenas confirmar as nossas certezas





Por Dag Vulpi – Postada originalmente em 15/12/2014

No artigo de hoje vamos falar de um assunto que é abordado no livro Manual de Melhoria: o viés de confirmação. Você sabe o que é isto? Muita gente não sabe, mas ele esta presente em quase todas as decisões que tomamos em nosso dia a dia. Sugiro também que após o fim da leitura você assista ao vídeo que está inserido no final desta postagem.

É normal do ser humano priorizar as informações que confirmem suas crenças ou hipóteses, independentemente de serem ou não verdadeiras. Como resultado, as pessoas colhem evidências e trazem informações da memória de forma seletiva, interpretando-as de maneira às vezes enviesada (tendenciosa). O efeito é mais forte no caso de assuntos que envolvem o emocional e nos casos em que se está lidando com opiniões fortemente arraigadas.

Nosso cérebro procura confirmar os desejos e crenças que temos o tempo todo. Assim, descartamos tudo que não tem a ver com nossas opiniões anteriores e nos atemos a sinais que confirmam o que acreditamos. É o que a ciência chama de viés da confirmação, um estudo feito na Universidade de Ohio demonstrou como ele funciona. A pesquisa mostrou que as pessoas passam 36% mais tempo lendo um ensaio que esteja alinhado com suas opiniões do que um que vá contra o que elas pensam.

É inerente ao ser humano tender a considerar apenas as informações que estão de acordo com nossas crenças. Seja quando lemos um livro, assistimos a uma notícia no telejornal, ou mesmo numa conversa entre amigos.  Nas redes sociais, onde cada um de nós pode encontrar milhares, ou milhões, de outras pessoas que concordam conosco, seu poder se amplifica enormemente. Inconscientemente absorvemos aquelas informações que fortalecem nossas crenças e rejeitamos aquelas que vão ao desencontro a elas, independentemente das evidências, das provas, do senso comum, e muitas vezes, até mesmo do bom senso. É a interpretação seletiva e tendenciosa da realidade de acordo com nossos desejos mais íntimos e crenças mais arraigadas. Todos agimos assim, em menor ou maior grau.

O vício em confirmação tem raízes no modo como as emoções funcionam: quando algo reforça nossas crenças, nos sentimos triunfantes; quando são desmentidas, nos sentimos frustrados ou até ofendidos.

Saber que o viés existe, que nossa “busca pela verdade” muitas vezes não passa de uma busca enviesada pela confirmação de velhos preconceitos e ideias pré-fabricadas, é só um começo — mas um começo importante, numa sociedade que convive com fortes emoções e opiniões polarizadas em questões como futebol, moral, religião e também, principalmente, na política.

Além de todos esses conceitos, tem também a impressão, a simpatia e muitos outros julgamentos que fazemos sobre coisas e pessoas, sem nenhum embasamento. Você vê alguém e implica. Não gosta. Talvez por razões subjetivas que nem você conheça.

Em geral, tudo o que lemos, as notícias que buscamos, as pessoas em quem acreditamos, são aquelas que reafirmam o que já pensamos. Primeiro você gosta ou não gosta da pessoa e, em função disso, você vai concordar ou discordar dela.

É muito mais fácil convencer alguém ao usar argumentos que têm a ver com a crença que a pessoa já possui do que propor uma revolução.

O viés da confirmação é realmente algo interessante. Mas há muitas outras demonstrações que provam  como é fácil vender mentiras por causa das associações sem sentido que fazemos. As pessoas tendem a acreditar que todo rico é inteligente (o que não é verdade), que todo famoso é correto (o que nem sempre é verdade), que todo político é corrupto (o que em alguns casos não se confirma), que toda pessoa bonita é boazinha (o que não tem nenhuma ligação).

Existem inúmeras ocasiões em que o viés da confirmação aparece, entre elas podemos citar dois exemplos:

Torcedores fanáticos por determinado time de futebol, que só leem ou acatam argumentos e informações favoráveis ao seu time, refutando todo o resto;
Partidários ou ativistas políticos que buscam somente informações que enalteçam os aspectos positivos do lado que estão, refutando inúmeros escândalos ou provas que demonstrem ao contrário.

Há diferenças insuperáveis entre o “conhecimento” e a “crença”: o primeiro tem a ver com a razão, a realidade e a avaliação criteriosa das evidências; a segunda tem a ver com nossas emoções e com aquilo que desejamos que seja verdade, independentemente das contradições e das evidências. O conhecimento é o filho da razão e a crença é filha de nossos desejos e temores. O conhecimento é amigo das provas e das evidências: admite falhas, muda e assim se fortalece; a crença só admite o que convém e lhe reforça. Algumas vezes a verdade é contra intuitiva e as relações de causa e efeito nem sempre são evidentes, mas a natureza nunca mente. Ela é o juiz supremo de todos os litígios do conhecimento.

Uma maneira bem segura de saber se algo em que acreditamos está sendo influenciado pelo viés de confirmação é saber o que a ciência e os especialistas dizem sobre o assunto. A ciência não é perfeita, mas teorias científicas são permanentemente revisadas e se autocorrigem, impedindo os efeitos nocivos do viés de confirmação. Se a ciência vai de encontro com o que pensamos, devemos entrar em alerta. Ela é e sempre será nossa melhor guia na busca do conhecimento.

Meu objetivo com este artigo, apesar de ter pedido no inicio do texto uma atenção especial daqueles que normalmente divergem das minhas opiniões, não foi o de tentar insinuar que algum dia estive certo por defender algum ponto de vista, mas sim, apresentar uma proposta que possa levar ao entendimento de que em quase tudo, por mais convictos que estivermos, ainda assim, sempre poderá existir mais de uma possibilidade. 

segunda-feira, 21 de março de 2016

Sociedade está radicalizada e carece de fórum de discussão, diz especialista



Na última semana, o país acompanhou de perto duas grandes mobilizações: no domingo passado (13), uma parcela significativa da população foi às ruas pedindo a renúncia ou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, condenando a corrupção nas várias esferas governamentais e endossando o trabalho da operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro. Na sexta-feira (18), foi a vez daqueles que são contrários à retirada de Dilma do poder se manifestarem, marchando por democracia e garantia dos princípios constitucionais.

Para o filósofo e professor de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, a pauta dos protestos de domingo passado (13) é mais objetiva.

“Os dois grupos são muito plurais. As bandeiras das mobilizações eram mais diversas no ano passado, quando se discutia se eram a favor ou contra o impeachment. Agora há unanimidade em relação a isso. A mobilização de sexta (18) foi mais divergente. Há quem apoie o governo Dilma incondicionalmente, há quem apoie o governo, mas critique a política econômica, e há quem não apoie o governo, mas é contra a interrupção do mandato da presidente”, explica.

Ortellado enxerga pontos de afastamento entre os perfis de integrantes dois movimentos: “O processo de mobilização dos dois grupos é muito diferente. Enquanto os manifestantes que compõem o grupo pró-impeachment é, em sua maioria, de classe média ou alta e branco, o grupo contrário à remoção da presidente é mais diverso, analisando a escolaridade, renda e composição étnica. Mas percebemos que os dois grupos estão extremamente mobilizados”.

“A capacidade de mobilização dos que defendem o governo em São Paulo, onde um pedaço importante do jogo é jogado, foi surpreendente. Não foi um ato de grande envergadura, como foi o de domingo, mas não foi nem um pouco desprezível, principalmente em um momento de grande fragilidade do governo”, pontua Ortellado.

O professor diz que a sucessão de fatos políticos extremamente delicados – a delação do senador Delcídio do Amaral, a condução coercitiva do ex-presidente Lula e sua posterior nomeação como ministro-chefe da Casa Civil, culminando na divulgação das interceptações telefônicas feitas no âmbito da investigação da 24ª fase da Operação Lava Jato – agitaram os dois campos políticos.

“São mobilizações mais radicalizadas e acirradas. Houve um boom para os dois lados, gerando um antagonismo sem precedentes. É absolutamente imprevisível apontar o que vem agora, porque varia muito com a conjuntura.

Só tivemos mobilizações deste tamanho por conta da sequência de eventos, e isso faz parte do jogo político. Os atores estão usando-os com o objetivo de indignar e mobilizar o povo. Eles não estão sendo lançados ao acaso”, declara.

Para Ortellado, a sociedade carece de um “fórum de discussão”: “A sociedade está hiperpolitizada e discutindo política de uma maneira muito apaixonada. O jogo político está sendo muito jogado nos meios de comunicação, que não cumprem seu papel de darem o viés analítico. Não temos um fórum de discussão, e sim um grande campo de batalha”.

E a consequência disso é a necessidade de ter que tomar um lado: “Tem esse sentimento de uma parcela expressiva da população, de não se identificar com nenhum dos dois lados. Mas o antagonismo é tão acentuado e tão frequente que essas vozes estão sendo atraídas para um dos polos ou atacadas por um dos dois. E as posições ponderadas se dissolvem em um debate de vozes que estão falando muito alto”.

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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