O
Supremo Tribunal Federal (STF) liberou há pouco a íntegra dos áudios entregues
por advogados da JBS à Procuradoria-Geral da República (PGR). O conteúdo
das gravações traz evidências de informações que foram omitidas pelos
delatores durante as investigações no âmbito da Operação Lava Jato.
A
suspeita de omissão foi divulgada na última segunda-feira (4) pelo
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Em pronunciamento, Janot informou
que o fato pode levar à revisão ou até mesmo anulação do acordo de delação premiada
que foi firmado com Joesley Batista e outros executivos da JBS. A suspensão dos
benefícios, no entanto, não deve invalidar as provas já coletadas no processo,
segundo o procurador.
Alguns
trechos dos áudios da conversa já foram divulgados pela revista Veja. Na
conversa gravada entre Joesley Batista e Ricardo Saud, os executivos dão
evidências de irregularidades que teriam sido cometidas por autoridades da PGR
e do STF.
Entre
os fatos omitidos na delação estaria o envolvimento do ex-procurador Marcelo Miller
em crimes cometidos pelos empresários. Miller estava na procuradoria durante o
período das negociações para a delação e deixou o cargo para atuar em um
escritório de advocacia em favor da JBS. Em nota, Miller negou as acusações de
ter atuado como “agente duplo” e diz que não cometeu ato de improbidade
administrativa.
Após
a repercussão negativa do vazamento da informação, a empresa divulgou nota em
que afirma que a conversa tem apenas “cogitações de
hipóteses” e não compromete autoridades. Em outra nota,
os empresários Batista e Saud pedem desculpas ao STF e à PGR pela
citação das autoridades e afirmam que mentiram durante a conversa.
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