Após
confusões e protestos da oposição durante toda dia, o plenário do Senado
aprovou, por 50 votos favoráveis e 26 contrários, além de 1 abstenção, o texto
principal do projeto que trata da reforma trabalhista. A proposta altera mais
de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo, dentre as
mudanças, que o acordado entre patrões e empregados prevaleça sobre o legislado
nas negociações trabalhistas.
Neste
momento, os senadores discutem três destaques que visam alterar pontos
específicos do texto, como o que trata do trabalho intermitente. Após a votação
do texto-base, o plenário acompanhou o relator da matéria, senador Romero Jucá
(PMDB-RR), e rejeitou em bloco as demais emendas apresentadas individualmente
pelos parlamentares.
Ocupação
Alvo
de divergências, a reforma trabalhista estava com a votação marcada para
iniciar no fim da manhã de hoje (11), mas parlamentares de oposição ocuparam a
Mesa e impediram o presidente do Senado, Eunício Oliveira, de prosseguir com os
trabalhos.
A
votação só foi retomada cerca de sete horas depois da obstrução,
protagonizada pelas senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN),
Ângela Portela (PT-ES), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice de Mata (PSB-BA),
Regina Sousa (PT-PI) e Kátia Abreu (PMDB-TO). Junto com outros 14
parlamentares, o senador José Medeiros (PSD-MT) apresentou um pedido de
denúncia contra as oposicionistas ao Conselho de Ética no Senado alegando
"prática de ato incompatível com a ética e o decoro parlamentar".
Antes
de tentar, pela última vez, retomar a presidência da sessão, Eunício Oliveira
criticou o ato das senadoras e disse que "nem a Ditadura Militar ousou
ocupar a Mesa do Congresso". Já os parlamentares da base reclamam da
possibilidade de o Senado apenas referendar o texto aprovado pelos deputados, o
que faria com que perdesse a função de Casa Revisora.
Texto
A
proposta de reforma trabalhista prevê, além da supremacia do negociado sobre o
legislado, o fim da assistência obrigatória do sindicato na extinção e na
homologação do contrato de trabalho. Além disso, acaba com a contribuição
sindical obrigatória de um dia de salário dos trabalhadores. Há também mudanças
nas férias, que poderão ser parceladas em até três vezes no ano, além de
novas regras para o trabalho remoto, também conhecido como home office.
Para o patrão que não registrar o empregado, a multa foi elevada e pode chegar
a R$ 3 mil. Atualmente, a multa é de um salário-mínimo regional.
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