O
juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira
instância, condenou nesta quarta-feira (12) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. A condenação é relativa ao processo que investigou a compra e a
reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. A
sentença, divulgada hoje (12), prevê que Lula poderá recorrer da decisão em
liberdade.
Na
decisão (clique aqui para acessar a íntegra), Moro afirma que as
reformas executadas no apartamento pela empresa OAS provam que o imóvel era
destinado ao ex-presidente.
“Nem
é necessário, por outro lado, depoimento de testemunhas para se concluir que
reformas, como as descritas, não são, em sua maioria, reformas gerais
destinadas a incrementar o valor do imóvel, mas sim reformas dirigidas a
atender um cliente específico e que, servindo aos desejos do cliente, só fazem
sentido, quando este cliente é o proprietário do imóvel", diz o juiz.
Segundo
Moro, ficou provado nos autos que o presidente Lula e sua esposa eram os
proprietários de fato do apartamento.
No
despacho, o juiz Sérgio Moro diz que “as provas materiais permitem concluir que
não houve qualquer desistência em fevereiro de 2014 ou mesmo em agosto de 2014.
A reforma do apartamento 164-A, triplex, perdurou todo o ano de 2014, inclusive
com vários atos executados e mesmo contratados após agosto de 2014.”
No
despacho, Moro também destacou a influência do ex-presidente nas nomeações da
Petrobras. “O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha um papel relevante
no esquema criminoso, pois cabia a ele indicar os nomes dos diretores ao
Conselho de Administração da Petrobras e a palavra do governo federal era
atendida. Ele, aliás, admitiu em seu interrogatório, que era o responsável por
dar a última palavra sobre as indicações.”
OAS
O
ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho conhecido como Leó
Pinheiro, também foi condenado no caso, mas por corrupção ativa e lavagem de
dinheiro. A sentença prevê 10 anos e 8 meses de reclusão para o empresário, mas
sua pena foi reduzida devido ao fato ter fechado acordo de delação com a
Justiça.
Na
sentença, o juiz absolveu Lula e Léo Pinheiro das acusações de corrupção e
lavagem de dinheiro no caso do transporte e armazenamento do acervo
presidencial por falta de provas.
Moro
absorveu por falta de prova Paulo Okamoto, Paulo Roberto Valente Gordilho,
Roberto Moreira Ferreira e Fabio Yomamime.
Lula
responde a cinco processos na Lava Jato. Nesta semana, o Ministério Público
pediu a absolvição do ex-presidente em um dos processos, relativo a uma
investigação da Justiça Federal sobre a suposta tentativa de obstrução da
Justiça por parte de Lula.
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