De
volta ao Senado após 45 dias de afastamento por determinação judicial, o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) discursou hoje (4) e voltou a se declarar
inocente das acusações de que tenha recebido propina do dono da JBS, Joesley
Batista.
Ao
falar para os colegas senadores, o presidente afastado do PSDB reiterou os
argumentos que já tinha utilizado ao divulgar notas públicas, declarando ter
sido vítima de uma armadilha de Batista com o intuito de obter vantagens em um
acordo de delação premiada.
“Não
me furtarei de reiterar aqui aquilo que venho afirmando ao longo das últimas
semanas. Não cometi crime algum, não aceitei recursos de origem ilícita, não
ofereci vantagens indevidas a quem quer que seja”, disse.
O
senador também voltou a alegar que pediu dinheiro emprestado a Joesley Batista,
dizendo que não enriqueceu com a política e que não tinha recursos para arcar
com os gastos de sua defesa em inquéritos da Operação Lava Jato. Aécio também
afirmou o empréstimo de R$ 2 milhões seria posteriormente registrado em contrato.
Sobre
o diálogo que travou com Batista, se manifestando a favor da aprovação do
projeto que trata do abuso de autoridade, e de outro que trata da
criminalização da prática de Caixa 2 em campanha eleitoral – isentando de culpa
os atos que já foram praticados –, Neves disse que apenas expressou sua
opinião.
“O
país vive, sim, um importante e inédito acerto de contas da sociedade com o
mundo político. E temos que estar preparados para ele, separando o que é crime
daquilo que não é. Separando condutas ilícitas daquilo que é simplesmente
atividade política. Misturar tudo e todos só interessa àqueles que não querem
mudança alguma”, afirmou.
Aécio
Neves também dedicou parte do discurso a relembrar sua trajetória política e as
reformas que já foram promovidas pelo governo de Michel Temer com o seu apoio e
do PSDB, tais como a imposição de um teto de gastos públicos, a reformulação do
formato do Ensino Médio brasileiro, entre outros.
“Quero
aqui reafirmar meu compromisso e minha crença na necessidade de continuarmos
avançando em uma ousada agenda de reformas que foi, aliás, a razão do apoio do
PSDB ao governo do presidente Michel Temer”, afirmou.
O
senador teve o mandato suspenso em 18 de maio por decisão do ministro do
Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, após os áudios de conversas dele com
Joesley Batista, nos quais ele pede dinheiro ao empresário, se tornarem
públicos. Na última sexta-feira (30), o ministro Marco Aurélio Mello, do STF,
determinou o fim da suspensão e a restituição do mandato a ele.
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