O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin considerou legais as
gravações feitas pelo empresário Joesley Batista e enviadas à
Procuradoria-Geral da República (PGR). O entendimento está na decisão de ontem
(18), na qual o ministro autorizou a abertura de investigação sobre o
presidente Michel Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado
federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
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Os
três foram gravados em conversas com o empresário e citados nos depoimentos de
delação premiada da empresa JBS.
Ao
aceitar o pedido de abertura de investigação, Fachin disse que a jurisprudência
do STF valida gravações feitas por um investigado para captar conversas com
terceiros. Na decisão, o ministro não fez juízo sobre as acusações.
“Desse
modo, não há ilegalidade na consideração das quatro gravações em áudio
efetuadas pelo possível colaborador Joesley Mendonça Batista, as quais foram
ratificadas e elucidadas em depoimento prestado perante o Ministério Público
(em vídeo e por escrito), quando o referido interessado se fez, inclusive,
acompanhado pelo defensor”, argumentou o ministro.
Gravações
Joesley
Batista gravou quatro áudios e procurou a PGR para assinar um acordo de delação
premiada, que foi homologado por Fachin. De acordo com o processo, o empresário
gravou uma conversa com o presidente Temer no dia 7 de março, por volta das
22h30, no Palácio do Jaburu. Em seguida, no dia 24 de março, gravou um diálogo
com o senador Aécio e duas conversas com o deputado Loures.
Na
conversa, Temer e Batista debateram o cenário político e os avanços na
economia, além de falar sobre a situação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
– preso na Operação Lava Jato. O áudio tem cerca de 40 minutos e foi divulgado ontem (18) pelo STF.
Pronunciamento
Em
pronunciamento na tarde desta quinta-feira, Temer afirmou que não renunciará ao
cargo e exigiu uma investigação rápida na denúncia em que é citado, para que
seja esclarecida. "Não renunciarei. Repito: não renunciarei",
afirmou.
Em
seguida, em nota divulgada à imprensa, o Palácio do Planalto informou que o
presidente não acreditou na veracidade das declarações de Joesley. “O
presidente Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações. O
empresário estava sendo objeto de inquérito e, por isso, parecia contar
vantagem. O presidente não poderia crer que um juiz e um membro do Ministério
Público estivessem sendo cooptados”, disse a assessoria do Palácio do Planalto,
em nota. "A expectativa do governo é que o STF investigue e arquive o
inquérito”, diz a nota.
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