Agência Brasil
A defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou hoje (21), ao Ministério das
Relações Exteriores, contestação à posição adotada pelo governo brasileiro em
petição apresentada pelo ex-presidente. Em julho do ano passado, Lula
apresentou à Organização das Nações Unidas (ONU) uma petição em que alega ser
vítima de violações de direitos humanos em razão das ações da Operação Lava
Jato.
Apresentado ao
Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça,
o documento foi contestado em janeiro deste ano pelo governo brasileiro. Na
peça protocolada, os advogados de Lula solicitam a reconsideração das
informações prestadas pelo governo. O documento também foi entregue à Comissão
de Direitos Humanos da Câmara.
Segundo o
vice-líder do PT, Paulo Pimenta (RS), a defesa de Lula contesta o teor das
alegações do Itamaraty, com o argumento de que a manifestação do governo
assumiu uma posição em defesa de procedimentos que não encontram justificativa
na legislação brasileira. “O governo
brasileiro, notificado pela ONU para se manifestar, apresentou um documento
fervoroso em defesa de procedimentos ilegais que não encontram justificativas
na legislação brasileira”, disse.
Ao questionar
as informações prestadas, a defesa do ex-presidente Lula aponta o fato de a
resposta do governo ter sido atribuído à Missão do Brasil nas Nações Unidas,
sem identificação do responsável técnico. “A defesa pediu a reconsideração
desse documento, até porque ele não vem assinado por nenhum responsável
técnico, e aguardará a manifestação do Itamaraty para tomar as medidas que
entender necessárias”, afirmou o deputado.
Relembre
o caso
Na petição,
enviada em julho de 2016, Lula se diz perseguido pelo juiz Sérgio Moro,
responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, a quem acusa de
abuso de poder. A defesa do ex-presidente reclamou ainda do que considera “atos
ilegais” praticados por Moro. Entre eles, a gravação e divulgação de conversas
privadas de Lula com advogados e também com a então presidente afastada Dilma
Rouseff, além da condução coercitiva para um depoimento no dia 4 de março do
ano passado.
À época, o
documento foi protocolado na sede do comitê, em Genebra, na Suíça. Com a
entrega das alegações do governo brasileiro, o Alto Comissariado de Direitos
Humanos da ONU fará a análise dos documentos e deve se manifestar nos próximos
meses.
A Agência
Brasil procurou o Ministério das Relações Exteriores que, através de sua
assessoria de imprensa, informou que ainda não tem um posicionamento sobre o
documento apresentado pela defesa do ex-presidente Lula, mas poderá se
manifestar a qualquer momento.
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