Iolando Lourenço e
Luciano Nascimento - Agência Brasil
Depois que o ministro
do Supremo Triunal Federal (STF) Celso de Mello liberou sua candidatura à
reeleição, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) oficializou na noite de hoje (1º) o
registro para concorrer amanhã (2) a um novo mandato na presidência da Câmara
dos Deputados.
Apesar de o caso ainda
não ter sido julgado em definitivo pela Corte, Maia comemorou a decisão que
possibilitou que ele dispute a eleição à Presidência da Câmara nesta
quinta-feira (2). “A gente sempre teve a clareza da possibilidade da
candidatura e sempre entendemos que esta era uma questão interna da Câmara e
que esse debate deveria prevalecer, o debate entre deputados e deputadas”,
disse Maia.
Os pedidos de impugnação
argumentavam que a Constituição e o Regimento Interno da Câmara impedem que
membros da Mesa Diretora sejam reconduzidos ao cargo na mesma legislatura.
Rodrigo Maia foi eleito presidente da Câmara em julho do ano passado, para um
"mandato-tampão" para substituir Eduardo Cunha, após a cassação de
Cunha.
Em defesa apresentada
ao Supremo, Maia argumentou que a recondução é matéria interna corporis, ou
seja, assunto interno da Casa, em que não caberia interferência do Judiciário.
“Mesmo sendo uma decisão positiva, não foi, do meu ponto de vista, o melhor
caminho para a Câmara dos Deputados que ficou discutindo a Justiça e não
discutindo o país”, disse. “A decisão do ministro garante a independência entre
os Poderes de forma harmônica”.
Celso de Mello rejeitou
o pedido de liminar em três ações que questionavam a candidatura de Maia e
decidiu não aceitar o recebimento de uma quarta ação, também sobre o processo
eleitoral na Câmara.
Na decisão, o ministro
deu prazo de cinco dias para que Maia se manifeste a respeito das ações.
"Em juízo de estrita delibação, e sem prejuízo de ulterior reexame tanto
da cognoscibilidade desta ação de mandado de segurança quanto da pretensão
mandamental nela deduzida, indefiro o pedido de medida liminar. [...] determino
seja citado, na condição de litisconsorte passivo necessário, o deputado
federal Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia. Para tanto, o ora impetrante
deverá adotar, no prazo de cinco dias (Súmula 631/STF), junto à Secretaria
deste Supremo Tribunal, as providências necessárias à efetivação do referido
ato citatório. Publique-se", diz trecho da decisão de Mello.
Em coletiva após a
decisão, Rodrigo Maia lamentou que o debate em torno da legalidade da sua
candidatura tenha dominado a discussão sobre a sucessão na Câmara. Segundo ele,
a judicialização do processo acaba por diminuir o papel do Legislativo.
“Ficamos mais tempo discutindo questões jurídicas, que diminuem a Câmara dos
Deputados, até decisões de primeira instância foram buscadas”, disse.
Candidaturas
Além de Maia, até o
momento, cinco deputados oficializaram as candidaturas para a presidência da
Casa: André Figueiredo (PDT-CE), Jovair Arantes (PTB-GO), , Luiza Erundina
(PSOL-SP), Júlio Delgado (PSB-MG). O último a registrar a candidatura foi o
deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que havia
manifestado interesse em se candidatar, desistiu.
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