Da Agência Ansa Brasil
A chanceler alemã, Angela Merkel, confirmou
hoje (20) em um pronunciamento que o ataque ocorrido ontem (19) contra um
mercado de Natal em Berlim foi um ato terrorista. Ao menos 12 pessoas morreram
e 48 ficaram feridas quando um caminhão foi lançado contra o público.
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"Este é um dia muito triste", disse
a chanceler, em uma coletiva de imprensa na capital do país. "Devemos
presumir de que se trata de um atentado terrorista", anunciou. Até então,
as autoridades da Alemanha estavam evitando tomar posições e declarar que o
acidente pudesse ter sido planejado e executado por terroristas.
As investigações apontam que o caminhão
lançado contra o público tinha placa da Polônia e teria sido sequestrado por
volta das 16h de ontem. O ataque, na Praça Breitscheidplatz, onde o
mercado de Natal tinha sido montado, ocorreu às 20h40 locais, deixou ao menos
12 mortos e 48 feridos, a maioria em estado grave.
"Penso, antes de tudo, nos mortos e
feridos, nas 12 pessoas que estavam entre nós, que festejavam e tinham planos
para os dias de festa, e que não estão mais aqui. Quero que saibam que estamos
todos com eles", lamentou Merkel. "Eu, como milhões de pessoas na
Alemanha, estou horrorizada, chocada e profundamente triste pelo que aconteceu
ontem à noite", afirmou.
A chanceler também se referiu à possibilidade
do atentado ter sido cometido por um refugiado, como tem sido publicado pela
imprensa local. De acordo com o jornal "Bild", o principal suspeito é
um paquistanês de 23 anos, identificado como Navid B., nascido em 1 de janeiro
de 1993, em Turbat. Ele teria chegado à Alemanha no dia 11 de fevereiro de
2016, pela fronteira com a Áustria. "Sei que, para todos nós, seria
particularmente difícil tolerar se for confirmado que quem cometeu este ato é
uma pessoa que pediu proteção e asilo na Alemanha", disse Merkel, que nos
últimos três anos defendeu a política de acolhimento de imigrantes e refugiados
no país, apesar de críticas de partidos da oposição.
Segundo o "Bild", o paquistanês
teria abandonado o caminhão após o ataque, fugindo na direção leste de Berlim.
O homem teria atravessado a pé o parque Tiergarten, no centro da cidade, e
teria sido interceptado pela polícia, que recebeu alertas de moradores da
região, a uma distância de 1 quilômetro da Praça Breitscheidplatz.
O GPS do automóvel indica que, na tarde de
ontem, o aparelho foi desligado várias vezes e, depois, removido do carro. O
caminhão tinha passado pela Itália e transportava estruturas de aço que
deveriam ser descarregadas em Berlim. A empresa de transporte responsável pelo
caminhão tem sede na cidade de Estetino, no nordeste da Polônia, em uma zona
que faz fronteira com a Alemanha.
As autoridades polonesas e alemães disseram
que o homem de origem polonesa que estava no banco de passageiros do caminhão
foi morto a tiros, em mais um indício de que um suposto funcionário da
companhia teria sofrido um sequestro ou um assalto.
"Não queremos viver paralisados pelo
medo e pelo mal, mesmo que, nestas horas, seja difícil encontrar força para
vivermos como desejamos na Alemanha, livres, juntos e abertos", comentou.
Merkel convocou o gabinete de segurança da Alemanha para uma reunião
extraordinária às 11h30 locais. Participarão do encontro os ministros do
Interior, da Defesa, da Justiça e dos serviços de inteligência.
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