Por Andressa Fontes*
Epicuro inicia seu livro, já dizendo
que ninguém é jovem ou velho demais para dedicar-se a filosofia, pois não
existe idade para se alcançar a saúde de espirito. Interligando diretamente a
filosofia com a felicidade. A filosofia é de grande importância para todas as
pessoas, independentemente da faixa etária, para os de idade mais elevada se
sentirem mais jovens através de lembranças de momentos já vividos, e para os de
idades inferiores poderem envelhecer sem medo do futuro. Diz então, que as
pessoas devem cuidar das coisas que trazem felicidade a elas, pois quando não a
tem, ou a se perde, faz-se de tudo para alcança-la novamente. Epicuro traz à
tona diversos assuntos, acredita que uma vez entendidos, são o caminho certo
para uma vida feliz, como por exemplo, a crença, morte, desejos, prazeres,
autossuficiência e prudência.
Segundo Epicuro, Deuses existem de
fato, já a imagem que as pessoas têm deles, essa já não existe. Atribuem falsos
juízos, fazendo com que se torne ímpio não quem não acredita em tais Deuses e
sim essas pessoas que saem dizendo o que não sabem. Daí a fé de que esses
Deuses causam malefícios aos ruins e benefícios aos bons.
A morte, no entanto, outro assunto
abordado no livro, Epicuro vem dizendo que ela não é nada, tanto para os vivos
quanto para os mortos, e de que tolo é quem teme a ela, justamente pois quando
ela está presente não há vida, e vice-versa. Visto uma vez que todo mal e todo
bem acontecem através de sensações, e a morte é deixar de senti-las. Sendo
assim, o mais terrível de todos os males. A maioria das pessoas foge da morte,
enquanto outras já acreditam que ela seja o descanso para todos os males desta
vida. Já o sábio não leva a vida como um fardo e nem a morte como um mal.
Os desejos existem os naturais, os
inúteis, alguns necessários e outros fundamentais para a felicidade, bem-estar
corporal e até para a própria vida. Desejos os quais baseiam-se todas as ações
e escolhas, afim de afastar as dores e medos, trazendo bem-estar corporal,
mental e espiritual.
O prazer, sem ele há sofrimento, só
se sente sua falta quando este não se faz presente. É por este motivo que o
prazer é o início e fim de uma vida feliz. Apesar de ser um bem inato, não é
por isso que se escolhe qualquer tipo de prazer, muitas vezes por trazerem
consequências um tanto desagradáveis. Todo prazer traz um bem por sua própria
natureza, portando nem todos devem deixar de ser atendidos, como por exemplo, a
dor, toda dor é ruim, mas nem todas devem ser evitadas. Convém então, analisar
todos os prós e contras dos prazeres e sofrimentos. Diz que o fim último é o
prazer, mas não prazeres sem relevância e sim o prazer que é a ausência de
sofrimentos físicos e espirituais.
A autossuficiência, considerada por
Epicuro um grande bem. Não para que as pessoas se contentem com pouco, mas sim
para que possam se contentar caso não tenham muito. Diz ainda que tudo o que é
natural é fácil de se conseguir, e o que é sem importância que é difícil.
Acredita que habituar-se a um modo de vida simples proporciona aos homens meios
de enfrentar corajosamente os desafios e adversidades da vida.
Por fim, a prudência, o principio e o bem
supremo, mais preciosa do que a própria filosofia, dela que se origina todas as
demais virtudes. Ensina que sem ela não existe beleza, justiça e muito menos a
felicidade. Pois as virtudes estão altamente ligadas a felicidade, e a
felicidade é inseparável delas.
*Andressa Fontes tem 16 anos,
cursa o segundo ano no colégio Godofredo Schneider.
Especial.
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SABER ENVELHECER SEGUIDO DE A AMIZADE
Cícero
Tradução de Paulo Neves
Marco Tulio Cícero nasceu em Arpino, próximo de Roma, em 106 a.C. e morreu assassinado pelo centurião Herênio a mando de seu inimigo político Marco Antônio. Político influente, jurista, orador, filósofo, sua obra – vasta e diversificada – é uma das mais importantes da literatura latina e influentes na cultura ocidental. Escreveu 10 tratados filósofos, entre os quais Re Publica, De Natura e De Legibus, quase 1.000 cartas, dezenas de orações, tratados de retórica e as célebres Catilinárias.
Neste límpido texto sobre a velhice, Cícero desenvolve a tese de que a "arte de envelhecer" é encontrar o prazer que todas as idades proporcionam, pois todas têm as suas virtudes. Em A Amizade, temos o tratado definitivo sobre a fraternidade e as relações sociais.
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