A manifestação de funcionários do Hospital Universitário da USP, em
greve desde o dia 23, interditou na manhã de hoje (1º) vias como a Rua
Alvarenga e Avenida Vital Brasil, na zona oeste da capital paulista. A
passeata começou às 10h40 a partir do Portão 1 da universidade e seguirá
até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
A
diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Rosane Meire Vieira,
disse que o eixo da greve é contra a desvinculação do hospital da
universidade, decisão que pode ser tomada pelo Conselho Universitário.
“Somos
contra o desmonte da USP e do hospital em geral e pedimos contratação
de funcionários. O Hospital Universitário tinha em torno de 1,7 mil
funcionários e, em abril do ano passado, saíram 213 trabalhadores, em um
plano de demissão e quase 300 pediram as contas ou aposentaram”, disse
Rosane.
Segundo ela, 56 leitos tiveram de ser desativados devido à
falta de funcionários. Além disso, o Pronto-Socorro infantil reduziu o
atendimento e a maternidade não tem como atender a demanda.
“O
que a gente procura hoje no Palácio dos Bandeirantes é uma posição do
governador, de assumir o compromisso de que o hospital ficará com a
universidade e para que o reitor venha a contratar”, disse ela.
Gerson
Salvador, diretor do Sindicato dos Médicos disse que, apesar de o
hospital ter sido mantido na estrutura da Universidade de São Paulo, ele
foi desmontado com as demissões e o impedimento de novas contratações.
“Denunciamos
uma situação de desmonte que ocorre na universidade como um todo:
redução de repasses, uma estrutura cada vez maior, com mais alunos,
porém não aumentam os recursos”, declarou Gerson Salvador.
A reportagem entrou em contato com a USP, que ainda não se pronunciou sobre as demandas dos funcionários.
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