A Executiva Nacional do PT aprovou ontem (31) uma resolução em que
critica o governo do presidente interino Michel Temer e conclama a
militância para defender o legado dos governos Lula e Dilma Rousseff.
A
direção do PT estimula os militantes a “fortalecer” as ações do partido
nos estados, criticar as medidas econômicas do governo Temer
consideradas “contra os direitos dos trabalhadores”, apoiar a
paralisação nacional de 24 horas convocada pela Federação Única dos
Petroleiros (FUP) contra mudanças nas regras do pré-sal e intensificar o
debate nacional sobre a reforma política.
“Devemos estar na
linha de frente do combate ao golpe, na defesa dos direitos sociais
conquistados nos últimos 13 anos e daqueles previstos
constitucionalmente, bem como do legado de 13 anos de governo
democrático e popular, impulsionando a mais ampla unidade de ação entre a
Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, os fóruns de
intelectuais, juristas, artistas, trabalhadores do campo e da cidade, e
partidos de esquerda”, diz a resolução.
Eleições municipais
Com
críticas às mudanças aprovadas na minirreforma eleitoral aprovada no
ano passado pelo Congresso Nacional, como a redução do tempo de
campanha, a Executiva Nacional do PT sugere que a militância estimule
nas cidades o debate sobre as eleições municipais, que serão realizadas
em outubro.
“Devemos defender o modelo de desenvolvimento voltado
à redistribuição de renda e ampliação de direitos conquistados como
propulsor do crescimento, e sua incidência no plano municipal”, diz
trecho da resolução.
Gravações
Na
resolução, o partido cita as conversas gravadas pelo ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado, envolvendo lideranças do PMDB. No
entendimento do PT, tais gravações comprovariam a tese de que o
afastamento da presidente Dilma Rousseff pode ser caracterizado como
“golpe” para “estancar” a Operação Lava Jato.
Além disso, a Executiva do PT argumenta que o impeachment
também serviria para implementação do “programa neoliberal derrotado
nas eleições de 2014”. “Entendemos que o motivo central para o golpe
está explicitado nas medidas econômicas e de ajuste fiscal propostas
pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer, centrado no
congelamento das despesas públicas, particularmente das dotações
orçamentárias da Saúde e da Educação”, diz trecho da resolução.
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