Alex Rodrigues
- Repórter da Agência Brasil
O secretário
municipal de Gestão da prefeitura de São Paulo, Valter Correia da Silva, é um
dos onze presos preventivamente pela Operação Custo Brasil, deflagrada hoje
(23) pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Receita
Federal.
Correia é
investigado por suposta participação no esquema que teria desviado cerca de R$
100 milhões do Ministério do Planejamento, entre os anos de 2010 e 2015.
Segundo a PF, o dinheiro era desviado por meio da assinatura de contratos
fraudulentos com empresas prestadoras de serviços de informática.
Versão da
polícia
“Ao longo da investigação,
percebemos que havia uma concatenação de ideias e de vontades de manter a
contratação da empresa Consist, que abria mão de parte de seu faturamento,
cerca de 70%, que eram direcionados ao pagamento de propinas”, disse o delegado
regional de Combate ao Crime Organizado, Rodrigo de Campos Costa, evitando
atribuir a criação do esquema ao ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo,
também preso esta manhã. "Não dá para dizer que foi criado pelo
ex-ministro, mas que contou com a participação ativa dele, seguramente".
Correia ocupou
o cargo de secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão de 2005 a 2007. De fevereiro de 2011 a novembro de 2012, ele ocupou a
secretaria-executiva adjunta do ministério. E entre novembro de 2012 e
fevereiro de 2015, chefiou a assessoria Especial para Modernização da Gestão da
pasta. Em março de 2015, foi convidado para trabalhar com o prefeito de São
Paulo, Fernando Haddad.
Procurada pela
reportagem, a prefeitura de São Paulo informou que, esta manhã, Correia pediu
exoneração do cargo. O pedido foi encaminhado pelo advogado de Correia (cujo
nome a prefeitura não informou) com o intuito de permitir que o ex-secretário
possa se defender das acusações, “alheias à administração municipal”. Em nota,
a Secretaria de Comunicação acrescenta que Correia “cumpriu suas funções com
diligência, de forma transparente e republicana” durante o tempo em que esteve
à frente da Secretaria de Gestão. A Agência Brasil não conseguiu contato com a
defesa do secretário.
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