Levantamento
produzido por deputados estaduais do PT de Minas Gerais com o que teriam sido
pedaladas fiscais cometidas pelo relator da comissão do impeachment, senador
Antonio Anastasia (PSDB-MG), na época em que foi governador de Minas Gerais,
foi entregue e discutido hoje (28) entre senadores do bloco de apoio ao
governo.
Com base nas
informações apresentadas, senadores governistas que integram a comissão
especial pretendem continuar insistindo na substituição de Anastasia na
relatoria. Como já tentaram a troca na segunda-feira (25), dia em que Anastasia
foi eleito, parlamentares contrários ao impeachment não descartam a
possibilidade de questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) a permanência do
tucano no cargo.
“Vamos
continuar insistindo para ver se há possibilidade no Senado Federal de
substituirmos o relator. Se não for possível, estamos estudando sim a possibilidade
de ingressar com uma ação na Justiça”, admitiu a senadora Vanessa Grazziotin
(PCdoB–AM).
Denúncia
De acordo com
o deputado estadual Rogério Correia, Anastasia cometeu verdadeiros malabarismos
fiscais à frente do governo de Minas. “O governador Anastasia pedalou para
frente , pedalou para trás , para os lados , pedalou para cima. O que ele fez
foi um malabarismo fiscal”, criticou Correia, acrescentado que o tucano “se
meteu em uma encrenca” ao aceitar a função.
A avaliação e
a estratégia de apoiadores da presidenta Dilma é desqualificar o tucano. Eles
disseram acreditar que, se fizer um parecer favorável ao impedimento, Anastasia
assinará uma confissão de culpa em relação à conduta como governador.
O deputado
afirmou que o senador tucano não cumpria a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Informou ainda que Anastasia retirou dinheiro do Fundo de Previdência ,
que estava no Banco do Brasil. “ Ele pedalou com o dinheiro dos servidores
públicos, gastou esse dinheiro e nunca repôs . A União agora está cobrando o
estado em torno de R$ 7 bilhões de reposição desse fundo”.
Segundo os
deputados mineiros, outra irregularidade cometida pelo relator da comissão do impeachment durante
o mandato de governador foram pedaladas nas áreas de saúde e educação. Rogério
Correia lembrou que Anastasia fez um termo de ajustamento de gestão entre o
governo estadual e o Tribunal de Contas do estado , afirmando que não cumpriria
o mínimo constitucional na educação e na saúde, como não havia cumprido em anos
anteriores, por falta de recursos.
Tribunal
de Contas
“Ele
estabeleceu um percentual menor que os 12% para saúde e menor que os 25% para
educação e executou esse índice menor. Então, ele assinou a confissão de culpa
da pedalada que deu na educação e na saúde”, acusou Correia, reafirmando que os
dados apresentados são do Tribunal de Contas de Minas Gerais.
A neutralidade
de Antônio Anastasia para ser relator do processo também foi questionada.
“Anastasia é um militante do golpe em Minas Gerais. Ele afirma isso no seu
twitter , pelas redes sociais, pelos vídeos que faz. Portanto, já tem posição
definida politicamente contra a presidenta Dilma há muito tempo”, lembrou o
deputado estadual Rogério Correia.
Anastasia
estava no Senado, mas não quis comentar as acusações. Disse apenas que está
sereno e que vai se manifestar sobre o assunto “na hora certa”. A partir das
16h, a comissão especial do impeachment se reúne para ouvir a manifestação dos
autores da denúncia contra Dilma Rousseff, os advogados Miguel Reale Júnior e
Janaína Paschoal.
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