As
manifestações mostram a consolidação da democracia brasileira, independente do
posicionamento daqueles que frequentam os atos, diz a cientista política e
professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCas) Maria do Socorro
Sousa Braga, doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP).
"Faz parte da dinâmica democrática ter uma maior expressão das diferentes
demandas e diferentes pontos de vista. Não pode ter intolerância desse
direito".
Para Maria do
Socorro, as manifestações contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff que
ocorreram hoje (31) em diversas cidades brasileiras é "uma demonstração de
força de vontade de continuidade do governo e também uma demonstração de que
não se concorda com essa forma absurda de querer tirar um governante que foi
eleito pelas urnas democraticamente e que não possui prova nenhuma, seja de
corrupção, seja de outros aspectos, para tirar a presidenta", diz.
O dia
escolhido também é importante, de acordo com a cientista política. No dia 31 de
março de 1964, os militares tomavam o poder no Brasil por meio de um golpe de
Estado. Embora o contexto seja diferente, para a cientista política, é uma
forma de expressar simbolicamente que as pessoas não concordam com a
"reprise de um golpe às instituições democráticas".
Estratégicas
As manifestações contra o impeachment têm ganhado força, principalmente pelo momento crítico vivido na política, na avaliação da cientista política. Diante da condução do processo do impedimento pela Câmara dos Deputados e das recentes perdas de apoio de legendas, ela diz que as manifestações são estratégicas. "Quanto mais gente nas ruas, mais fortalece a própria pessoa da presidenta, isso é bastante simbólico para ela. E estimula também quem está no governo a permanecer no governo".
As manifestações contra o impeachment têm ganhado força, principalmente pelo momento crítico vivido na política, na avaliação da cientista política. Diante da condução do processo do impedimento pela Câmara dos Deputados e das recentes perdas de apoio de legendas, ela diz que as manifestações são estratégicas. "Quanto mais gente nas ruas, mais fortalece a própria pessoa da presidenta, isso é bastante simbólico para ela. E estimula também quem está no governo a permanecer no governo".
Seja qual for
o rumo tomado na política brasileira, a cientista política acredita que não
será possível voltar atrás na transparência quanto às investigações da Operação
Lava Jato ou outra que surja. O acesso à internet confere ferramentas à
população que estará mais intolerante quanto à corrupção e outros desvios.
Influência
em eleições
Segundo o
cientista político e professor da Universidade de Brasília, David Fleischer, o
cenário político é preponderante para as manifestações de rua e disse que as
manifestaçações de hoje tiveram um número de cidades e de participantes menor
do que a do dia 13, que foi a favor do impeachment. Fleischer, que é pós-doutor
pela State University of New York, diz que tudo indica que os deputados estão
dando muita atenção para as manifestações de rua.
“Os que estão
a favor do impeachment analisam as chances de reeleição. O que todo político
avalia, é se o seu posicionamento vai afetar a sua eleição em 2018. Nós temos
prefeitos do PT que mudaram de partido para participar das eleições. O que o
deputado mais valoriza é sua chance de reeleição – favoravelmente ou
negativamente”.
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