Com a
publicação no Diário da Câmara dos Deputados hoje (13), começa a contar o prazo
de 48 horas para que o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que pede a
continuidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, entre na
pauta de votações.
A peça inteira
do processo, desde a entrega do pedido até a votação do parecer na Câmara e
leitura em plenário, somando mais de 10 mil páginas, está publicada na edição
de hoje, a partir da página 3, do Diário da Câmara. A versão digitalizada ainda
não está disponível no site .
Ontem (12), o
relatório, que aponta como crimes de responsabilidade a abertura de créditos
suplementares sem autorização do Congresso Nacional e o adiamento de repasses
para o custeio do Plano Safra, o que obrigou o Banco do Brasil a pagar benefícios
com recursos próprios, foi lido por quase quatro horas pelo 1º secretário da
Câmara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP).
A partir da
manhã da próxima sexta-feira (15) o texto começa a ser discutido pelos 513
deputados. Como a expectativa é de que os debates se estendam por mais de um
dia, ontem, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), antecipou um
calendário que segue até o domingo (17), com previsão de concluir a votação do impeachment
até às 21h. Cunha ainda não decidiu sobre a ordem de chamada dos deputados para
votação nominal do processo de admissibilidade, o que tem causado reações na
base aliada, que teme que a escolha acabe colocando em primeiro lugar os
favoráveis ao afastamento de Dilma.
Há
sinalizações de que a decisão será anunciada nesta quarta-feira. Enquanto no
caso do impeachment do ex-presidente Fernando Collor a chamada foi feita por
ordem alfabética, Cunha entende que, neste momento, é preciso interpretar a
regra do Regimento Interno, que - no parágrafo quarto do artigo 187 -
disciplina o processo de votação. A tendência é que a chamada acabe sendo feita
por região, começando pelos deputados do sul do país e terminando pelo norte e
nordeste.
Calendário
A sessão de
debates será aberta na sexta-feira (15) às 8h55. Os juristas Hélio Bicudo,
Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, autores do pedido que culminaram no
processo, poderão falar por 25 minutos para explicar os argumentos, e, em
seguida, a defesa de Dilma Rousseff, que pode ser feita pela própria petista ou
por um procurador, terá o mesmo tempo para tentar derrubar as acusações. Ainda
no dia 15, os líderes de partidos terão a palavra dentro da ordem de maior para
menor bancada.
Uma nova
sessão será aberta às 11 horas do sábado (16), para continuar as discussões
sobre o texto que foi aprovado na comissão especial por 38 votos contra 27.
Cada deputado terá três minutos para falar. No domingo (17), a partir das 14
horas, começa a sessão de votação do parecer que só deve terminar por volta das
21h, segundo estimativas do presidente da Câmara. Neste dia de conclusão dos
trabalhos, Jovair Arantes fala sobre o relatório por 25 minutos e os líderes se
manifestam em seguida.
No plenário,
para aprovação ou rejeição do parecer são necessários 342 votos para qualquer
que seja o lado, o que representa 2/3 dos 513 deputados. Se o resultado for
favorável ao texto de Arantes, o processo segue para o Senado Federal julgar o
processo de impeachment. Com menos de 342 votos, o pedido será arquivado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi