Na segunda reunião da Comissão Especial do Impeachment no
Senado realizada hoje (27), dedicada a aprovação de requerimentos, os
senadores aprovaram os nomes de quem fará a acusação e a defesa da
presidenta Dilma Rousseff nos próximos dias. De acordo com os
requerimentos aprovados, amanhã (28), serão ouvidos os advogados autores
da denúncia que deu origem ao processo de impeachment, Janaína Paschoal
e Miguel Reale Júnior.
Na sexta-feira (29), será ouvido o
advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa
da presidenta Dilma Rousseff. Além de Cardozo, mais dois ministros serão
convidados: Nelson Barbosa (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura), além
de um representante do Banco do Brasil.
Na próxima segunda-feira
(2), serão ouvidos, também pela acusação, o ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso, e o procurador do Ministério
Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de
Oliveira, que identificou o atraso no repasse de recursos para bancos
públicos para o pagamento de benefícios sociais, as chamadas pedaladas
fiscais. Também está na lista o professor do Departamento de Direito
Econômico-Financeiro e Tributário da Universidade de São Paulo (USP),
Maurício Conti.
Já na terça-feira (3), o professor de direito
processual penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Geraldo Prado; o diretor da Faculdade de Direito da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi Ribeiro, além de Marcelo
Lavenère, ex-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil. Todos vão falar pela defesa.
Segundo o presidente da
comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), por dia, só serão permitidas,
no máximo, quatro manifestações, que juntas não poderão ultrapassar o
tempo de duas horas.
Calendário
Ainda conforme o calendário
acertado para a primeira fase de discussão da admissibilidade do
processo, na quarta-feira (4), o relator, senador Antônio Anastasia
(PSDB-MG), apresentará seu relatório. A partir daí, o presidente da
comissão dará um prazo de 24 horas para vista coletiva, de modo que os
senadores possam analisar os argumentos do relator.
No dia 5 de
maio, a defesa da presidenta terá mais uma oportunidade de se
manifestar, dessa vez com o parecer em mãos. No dia seguinte (6), o
relatório deve ser votado pelo colegiado. Feito isso, haverá mais um
intervalo de 48 horas úteis para que, no dia 11 de maio, a votação final
sobre admissibilidade ocorra em plenário. Se aprovada a admissibilidade
do processo, a presidenta da República será notificada e imediatamente
afastada do cargo por 180 dias. Se rejeitada a admissibilidade, o
processo será arquivado.
Tumulto
A sessão
de hoje ocorre bastante tumultuada por sucessivas questões de ordem
apresentadas por parlamentares do Bloco de Apoio ao Governo, que
insistem que a presidenta Dilma Rousseff é honesta e não cometeu crime
de responsabilidade.
Em 2015, o governo atrasou o repasse de R$
3,5 bilhões do Banco do Brasil (BB) para o pagamento do Plano Safra.
Isso fez com que o banco pagasse os agricultores com recursos públicos.
Segundo a denúncia aceita pela Câmara dos Deputados, na prática, esse
mecanismo configura a chamada “ pedalada fiscal”, já que o governo tomou
empréstimo de um banco público, o que é proibido por lei.
O
Palácio do Planalto diz que houve atraso nos pagamentos, não da operação
de crédito. Senadores petistas, como Gleisi Hoffmann (SC) e Lindbergh
Farias (RJ), insistem que não há assinatura da presidenta da República
em nenhum desses atos e, portanto, não há crime de responsabilidade
fiscal.
A outra acusação contra a chefe do Executivo é a
assinatura de decretos com créditos suplementares sem autorização do
Congresso Nacional.
“O que está em jogo não é a pessoa física
Dilma Rousseff ou se ela é honesta. Estamos tratando de um crime de
responsabilidade cometido por um agente público”, disse o senador José
Medeiros (PSD-MT).
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