O presidente
do Partido Progressista, senador Ciro Nogueira (PP-PI), anunciou hoje (6) que o
partido permanecerá na base de apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff,
pelo menos, até a conclusão do processo na Câmara dos Deputados. O PP tem hoje
54 parlamentares: 48 deputados e seis senadores em exercício. Há ainda três
deputados licenciados.
O partido
tinha nesta quarta-feira uma reunião do Diretório Nacional para decidir sobre a
permanência no governo, mas, segundo Ciro Nogueira, os próprios parlamentares
que pediram o encontro, desistiram da ideia. “Existia um documento assinado por
24 senadores e deputados pedindo o rompimento com o governo. Essa reunião
estava marcada para as 14h, mas quando fizemos um levantamento preliminar dos
57 votantes mais de 40 queriam a permanecia do partido na base”, disse o
senador com o documento que pede o cancelamento da reunião nas mãos.
O senador Ciro
Nogueira disse que ainda não sabe se liberará a bancada para se posicionar como
quiser na votação do impeachment, acrescentou que essa decisão ainda
precisa ser discutida. “Não vou negar pra você que o partido tem uma grande
parcela que vota pelo impeachment e essas pessoas têm que ser respeitadas.
A direção partidária hoje tem a responsabilidade de estar ao lado da presidenta
Dilma nesta base aliada. É uma situação que vai ser discutida nos próximos
dias, mas a orientação partidária é estar ao lado da presidente neste momento.”
Cargos
Ciro Nogueira
negou que a decisão tenha sido tomada em troca de um espaço maior no governo
que pode inlcluir até o Ministério da Saúde. Segundo o senador, até que o
processo tenha um desfecho no plenário da Câmara dos Deputados, não haverá
negociação de cargos no governo. “Nenhum membro do partido nem seu presidente
está autorizado a discutir participação no governo", disse. "Não
deixamos nenhuma margem no partido para nenhum tipo de discussão desse tipo.”
Perguntado
sobre nomeações, no segundo escalão do governo, de pessoas ligadas ao PP que
estão saindo no Diário Oficial da União Ciro Nogueira repetiu que
novos cargos não estão sendo negociados, mas justificou que esses são cargos
que foram entregues pelo PMDB e que precisam ser ocupados.
Recuo
Na última
reunião do presidente do partido com parlamentares na Câmara e no Senado, na
semana passada, o líder da legenda Aguinaldo Ribeiro (PB) disse que o partido
ainda não tinha definido sua posição, enquanto ao mesmo tempo os deputados
Jerônimo Goergen (RS) e Júlio Lopes (RJ) insistiam em dizer que havia uma
maioria expressiva no partido pró-impeachment.
“Essa
tendência de rompimento só está na cabeça de alguns. Ninguém conhece mais o
partido que seu presidente. Isso [de querer o rompimento] nunca aconteceu no
Partido Progressista, nunca houve essa maioria no Partido Progressista e mais
uma vez isso está comprovado", destacou Ciro Nogueira.
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