Era só o que faltava. Onze anos
depois de ter o mandato cassado, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) voltou
ontem (6) à Câmara para defender a aprovação do impeachment da
presidenta Dilma Rousseff. Delator do mensalão e condenado a mais de sete anos
de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o julgamento da Ação Penal
470, Jefferson prometeu “trabalhar duro” para unir o PTB a favor do afastamento
de Dilma.
Militante da
chamada tropa de choque do ex-presidente Fernando Collor Mello, cassado em
1992, Jefferson disse hoje que Dilma não tem mais condições de se manter à
frente do país. “O governo acabou politicamente e moralmente. Não há condições
mais de ela [Dilma] continuar à frente do governo. Como não temos um regime
parlamentarista, vamos para o impeachment”, argumentou.
Conhecido por suas frases de efeito, Jefferson disse que o colega de partido Jovair Arantes (GO), relator da Comissão Especial do Impeachment, fez “um golaço de rasgar a rede” ao defender o prosseguimento do processo de afastamento. “Ele merece um troféu”, disse.
Para o ex-deputado, a batalha pelo impeachment não será fácil. “É uma luta do dia a dia, tem que ser buscada, não é uma luta fácil.”
Eduardo
Cunha
Na avaliação
do Roberto Jefferson, as acusações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e o fato de o deputado ser réu em ação no STF não inviabilizam o
trabalho do peemedebista à frente da sessão que votará o impeachment. “Ele
conhece profundamente o regimento interno e tem dado um show de interpretação,
de bom senso na aplicação. Está indo muito bem”.
Segundo
Jefferson, Cunha trava uma batalha contra o PT, da qual vai sair vitorioso.
“Ele vai vencer o duelo. O Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] nunca
esperou encontrar um pistoleiro tão bom quanto ele: rápido de gatilho, que
atira pelas costas, atira na tocaia, rouba no jogo de pôquer, assalta o banco
da cidade. O Lula nunca esperou encontrar um pistoleiro a altura dele. Ele
[Cunha] é o meu herói”, ironizou.
Eleições Gerais
Em relação à
proposta de realização de eleições gerais ainda este ano, defendida pela
ex-senadora e ex-candidata à Presidência Marina Silva (Rede Sustentabilidade) e
lideranças do PMDB, Jefferson disse acreditar que isso “enfraquece” o movimento
pelo impeachment.
“Como ela [Marina Silva] é próxima ao PT e quer herdar parte dos eleitores do PT, está fazendo esse discurso, que é ruim e enfraquece essa decisão do Congresso, da sociedade de colocar um ponto final, um basta ao desgoverno do PT”.
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