O ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio disse hoje (30) que o processo de impeachment
da presidenta Dilma Rousseff pode "transparecer como golpe" se não
houver fato jurídico para justificar o impedimento.
De acordo com
o ministro, o eventual afastamento de Dilma não vai resolver a crise política
instalada no país. O ministro conversou com jornalistas na tarde desta
quarta-feira, antes da sessão do Supremo.
Marco Aurélio
repercutiu a declaração da presidenta Dilma durante cerimônia de lançamento da
terceira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto, na
manhã de hoje. No evento, Dilma reafirmou que o processo de impeachment aberto
contra ela na Câmara dos Deputados é golpe porque não há crime de
responsabilidade. O ministro é primo do ex-presidente Fernando Collor, que
sofreu impeachment em 1992.
“Acertada a
premissa, ela tem toda razão. Se não houver fato jurídico que respalde o
processo de impedimento, esse processo não se enquadra em figurino legal e
transparece como golpe. Agora, precisamos aguardar o funcionamento das
instituições. Precisamos nesta hora é de temperança. Precisamos guardar
princípios e valores e precisamos ter uma visão prognostica”, disse o ministro.
Para Marco
Aurélio, o eventual afastamento da presidenta não vai resolver a crise
política. “Nós não teremos a solução e o afastamento das mazelas do Brasil
apeando a presidenta da República. O que nós precisamos, na verdade, é de
entendimento, de compreensão e de visão nacional”, argumentou.
No
entendimento do ministro, se o Congresso decidir, durante o processo de impeachment,
que a presidenta cometeu crime de responsabilidade o STF poderá discutir o
caso.
“O Judiciário
é a última trincheira da cidadania. E pode ter um questionamento para
demonstrar que não há fato jurídico, muito embora haja fato político suficiente
ao impedimento. E não interessa, de início, ao Brasil apear esse ou aquele
chefe do Executivo nacional ou estadual. Porque, a meu ver isso gera até mesmo
muita insegurança. O ideal seria o entendimento entre os dois poderes, como
preconizado pela Carta da República, pela Constituição Federal para combater a
crise que afeta o trabalhador”, concluiu Marco Aurélio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi