O ex-presidente
Luiz Inácio da Lula depôs hoje (4) por cerca de três horas no escritório da
Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, zona sul paulistana. Segundo o
deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), as declarações foram prestadas para
dois procuradores na presença de três advogados, entre eles Roberto Teixeira e
Cristiano Zanin Martins.
De acordo com
o deputado, foram abordados diversos assuntos, como as palestras que o
ex-presidente concedeu após deixar o Palácio do Planalto e a ligação com um
sítio em Atibaia, interior paulista. Também foram alvo de questionamentos,
segundo Teixeira, a relação de Lula com o apartamento tríplex no Guarujá, no
litoral de São Paulo, e os bens que Lula recebeu nos dois mandatos na
presidência do país, que devem ser mantidos por ele como acervo histórico. “[O
depoimento] foi tranquilo em relação ao fato de que ele não deve nada, não tem
nenhum problema de ordem jurídica”, destacou o parlamentar.
Lula, no
entanto, protestou contra a forma com que foi levado para dar esclarecimentos.
O ex-presidente foi trazido de sua casa, em São Bernardo do Campo, na região do
Grande ABC, sob um mandado de condução coercitiva. “Ele registrou que já
atendeu a inúmeras intimações da Polícia Federal e do Ministério Público, que
passam de dez, e, portanto, não precisava dessa violência”, contou Teixeira.
“Essa operação
hoje não tinha sentido jurídico. Bastasse um ofício, que ele compareceria. Ele
já compareceu na Polícia Federal, no Ministério Público Federal, inúmeras
vezes”, acrescentou o deputado em crítica à operação de hoje.
Em frente ao
local onde Lula prestava depoimento, houve confusão após a chegada de um grupo
de militantes do PT e da Central de Movimentos Populares que trocaram agressões
e ofensas com os manifestantes que criticavam o ex-presidente. Também houve
tumulto no saguão do aeroporto. Além de xingamentos e agressões verbais, houve empurrões
e bandeiradas. Ninguém ficou ferido. Depois da confusão, a Polícia Militar
passou a tentar evitar o encontro dos grupos contrários.
Além da
condução coercitiva, foram expedidos mandados de busca em diversos endereços do
ex-presidente, como parte da 24ª fase da Operação Lava Jato.
Segundo o
procurador da República, Carlos Fernando Lima, Lula recebeu pagamentos, seja em
dinheiro, presentes ou benfeitorias em imóveis das maiores empreiteiras
investigadas na operação policial. De acordo com o procurador, foram cerca de
R$ 20 milhões em doações para o Instituto Lula e cerca de R$ 10 milhões em palestras
de empresas que também financiaram benfeitorias de um sítio em Atibaia e de um
tríplex no Guarujá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi