O Centro de
Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, com apoio do Sindicato dos Jornalistas
de São Paulo, fez na noite de ontem (7) um ato em defesa da liberdade de
expressão, contra a Rede Globo, em favor de blogs e mídias alternativas, além
de demonstrar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento
ocorreu na sede do sindicato, na região central da cidade.
Segundo o
Barão de Itararé, a liberdade de expressão sofreu um ataque quando o Grupo
Globo notificou extrajudicialmente blogueiros e jornalistas de sites
alternativos por publicarem matérias e artigos sobre um triplex em Paraty (RJ),
que teria sido construído em área de proteção ambiental e que pertenceria à
família Marinho.
A entidade
disse que houve intimidação dos jornalistas que investigam o caso. Entre os
veículos que publicaram matérias relacionadas, estão O Cafezinho, Tijolaço,
Diário do Centro do Mundo e Rede Brasil Atual. Alguns blogueiros apontaram
também as supostas ligações de integrantes da família Marinho com a Mossack
Fonseca, uma empresa multinacional investigada por ser especializada em abrir
off-shores.
O Grupo Globo
disse, em nota, que não tomou a decisão de “interpelar na justiça” os veículos,
sites ou blogs que abordaram o assunto. “Foram feitas notificações
extrajudiciais, bem como foram enviadas notas de esclarecimento, para corrigir
informações inverídicas publicadas por blogs e sites sem a consulta ou pedido
de esclarecimentos da empresa”. Além disso, a empresa disse que a casa citada
não pertence e nunca pertenceu a qualquer membro da família Marinho.
Lula
O jornalista Altamiro Borges, que estava presente, estendeu a motivação do ato à condução coercitiva a que o ex-presidente Lula foi submetido na última sexta-feira, para depor no âmbito da Operação Lava Javo. Ele classificou o ocorrido como “aberração” e “um verdadeiro atentado à democracia”.
O jornalista Altamiro Borges, que estava presente, estendeu a motivação do ato à condução coercitiva a que o ex-presidente Lula foi submetido na última sexta-feira, para depor no âmbito da Operação Lava Javo. Ele classificou o ocorrido como “aberração” e “um verdadeiro atentado à democracia”.
O deputado
federal Paulo Pimenta (PT) também referiu-se a Lula e disse que o país assiste
a um “avanço conservador” e que não reconhece a legitimidade da Lava Jato e nem
do juiz Sérgio Moro. Pimenta avalia que o ato tem um significado muito
importante. “Não é hora para tratar das nossas divergências, agora é hora de
uma união democrática”.
O presidente
do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Paulo Zocchi, disse que o Brasil
vive um momento bastante grave. Segundo ele, o ato vem em defesa dos
jornalistas, do jornalismo e da democracia, além de defender a democratização
dos meios de comunicação.
Zocchi citou
ainda a carta de posicionamento do sindicato, divulgada na sexta-feira, em que
a entidade afirmou que “não há e não houve qualquer explicação plausível para
tal medida [condução coercitiva de Lula], visto que o ex-presidente já
compareceu em outras ocasiões para depor quando chamado pela Justiça. A medida
é de uma violência desmedida, e indica uma grave ameaça à democracia em nosso
país”.
A carta trata
também das agressões sofridas por jornalistas na sexta-feira. “Registramos
ainda que, durante os acontecimentos de hoje, uma equipe da TV Bandeirantes e
jornalistas da TV Globo foram agredidos por manifestantes”. A posição do
sindicato diante da situação é de respeito ao “direito legítimo de os
movimentos sociais e manifestantes protestarem contra empresas jornalísticas,
mas exigimos o respeito ao trabalho e à integridade dos jornalistas, que são
trabalhadores assalariados e não podem ser responsabilizados pela linha
editorial de seus empregadores”.
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