O empresário e
ex-senador pelo Distrito Federal Luiz Estevão recebeu com aparente
tranquilidade a decisão da 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo que
determinou, na noite desta segunda-feira (7), a imediata prisão dele para
cumprimento da perna de 31 anos de reclusão pelos crimes de peculato,
estelionato qualificado, corrupção ativa, uso de documento falso e participação
em quadrilha ou bando. Até as 23h, o mandado não havia sido cumprido.
“Era um
cenário que aconteceria em algum momento e terminou por acontecer hoje. Isso ai
é uma questão agora para advogado. O que vou fazer é aguardar a expedição do
mandado e ficar à disposição da polícia para iniciar o cumprimento da pena, que
é minha obrigação, apenas isso”, disse Estevão à Rádio Nacional.
A ordem de prisão contra Luiz Estevão é do juiz federal
Alessandro Diaferia, baseada na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que
tornou possível a execução provisória de sentenças condenatórias de 2ª
instância, mesmo que ainda não tenham transitado em julgado. O ex-senador foi
condenado, em maio de 2006, pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região por
participar de um esquema de fraudes e desvio de recursos da União na construção
do prédio do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em São Paulo.
Luiz Estevão
foi eleito deputado distrital, em 1994, pelo PP, quando entrou na vida pública.
Quatro anos depois, em 1998, foi eleito senador pelo PMDB d oDistrito Federal.
No ano seguinte, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do
Judiciário do Senado Federal, surgiu como diretamente envolvido com o juiz
Nicolau dos Santos Neto no esquema de desvio de verbas das obras do Tribunal
Regional do Trabalho (TRT), em São Paulo.
Em 28 de junho
de 2000, por 52 votos a favor, 18 contra e 10 abstenções, tornou-se o primeiro
senador a ter o mandato cassado pelo Senado. Em decorrência do processo do
esquema de fraudes nas obras do TRT, chegou a ser preso duas vezes, mas por
pouco tempo.
Em 2006, o
ex-senador foi condenado a 31 anos pelo desvio de R$ 169 milhões na execução da
obra de construção do TRT-SP. A pena foi imposta pelo Tribunal Regional Federal
da 3ª Região (TRF-3). Desde que a sentença foi proferida, Estevão apresentou 34
recursos contra a condenação. Todos foram rejeitados pela Justiça. A
Procuradoria da República atribui ao ex-senador os crimes de peculato, corrupção
ativa, estelionato, formação de quadrilha e uso de documento falso.
Em março do
ano passado, o ex-senador foi preso para cumprir pena de três anos e seis meses
por causa da condenação, em outro processo, pelo crime de falsificação de
documento, relacionado também às obras da sede do TRT em São Paulo, na década
de 1990. O ex-senador chegou a cumprir pena em regime semiaberto e estava, até
hoje (7), em prisão domiciliar. Hoje, a Justiça do Distrito Federal
concedeu perdão dessa pena ao ex-senador. O empresário foi
beneficiado pelo indulto natalino.
O primeiro
pedido de prisão contra o ex-senador percorreu várias instâncias do Judiciário.
Saiu do Supremo Tribunal Federal (STF), foi para a 1ª Vara Criminal em São
Paulo e chegou ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região. No dia 1º de março, o
Ministério Público Federal (MPF) enviou ao STF pedido ao ministro Edson Fachin para
que fosse confirmada a competência da 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo
para determinar a prisão imediata, tanto do ex-senador e empresário brasiliense
Luiz Estevão como do também empresário Fábio Monteiro de Barros Filho.
Luiz Estevão
nasceu no Rio de Janeiro e, com negócios em agropecuária, construção civil,
revenda de automóveis e pneus, estação de rádio, e até banco de investimentos,
reunidas no Grupo OK, tornou-se um dos maiores empresários do Distrito Federal.
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