Antes de se
tornar personagem nacional, atuando em parceria com a revista Época em casos
envolvendo o ex-presidente Lula, o procurador Douglas Kirchner foi aprovado em
um concurso em 2012 e alocado no Ministério Público Federal de Rondônia.
Lá envolveu-se
em problemas religiosos-amorosos.
O procurador é
fiel de uma seita em Porto Velho, a Igreja Evangélica Hadar, acusada de
explorar crianças e adolescentes, obrigando os menores a vender sanduíches em
vias públicas, de madrugada, a realizar serviços de faxina no templo. Em
agosto de 2014 a seita foi denunciada à DEPCA (Delegacia de Proteção a Criança
e ao Adolescente) (http://migre.me/t3ORW).
Na última
semana de julho de 2014, Douglas foi denunciado ao Juizado de Violência
Doméstica e Familiar Contra a Mulher, acusado de agressões físicas contra sua
esposa, Tamires Souza Alexandre.
Segundo o site
de notícias, da gospel.com.br, após o casamento, ambos foram residir no alojamento
da igreja. Quando tentou se separar de Douglas, ele e uma pastora da igreja
espancaram a moça com cipó e cinto. Depois, Tamires ficou em cárcere
privado, só podendo se alimentar depois que os outros comessem. Foi obrigada a
dormir no chão, com ventilador e sem cobertor, tendo adoecido por conta disso (http://migre.me/t3P5U).
Segundo o
portal Rondônia ao Vivo, em uma das ocasiões a esposa teria ficado dois dias
sem comer e, depois, foi trancafiada no alojamento da igreja. Mais tarde,
conseguiu fugir e foi dormir na rua, sendo acolhida na casa de pessoas que a
encontraram (http://migre.me/t3Paq). Era um
crime previsto na Lei Maria da Penha.
No dia 8 de
setembro de 2014, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot dispensou
Douglas do cargo de substituto eventual do Procurador-Chefe da Procuradoria do
Estado de Rondônia (http://migre.me/t3Peg).
Em seguida, Douglas foi promovido para o Distrito Federal.
Apenas um ano
depois, em 5 de outubro de 2015, a corregedoria nacional do Ministério Público
instaura um processo administrativo contra ele. O crime cometido por Douglas
foi transformado em “infração disciplinar” e submetido a julgamento pelo CNMP
(Conselho Nacional do Ministério Público). O processo ainda não chegou ao fim.
Não o impediu de ocupar cargos relevantes no Ministério Público do Distrito
Federal.
Segundo
relatório do CNMP, paira contra Douglas a acusação de ter mantido a esposa em
cárcere privado, sem produtos essenciais para higiene pessoal, incluindo papel higiênico,
pasta de dente. Tamires precisou rasgar a própria roupa para usar como
absorvente. E era humilhada na frente de todas, tratada como
"prostituta" pela pastora. Teria ficado anêmica e o marido,
influenciado pela pastora, recusou-se a comprar medicamentos.
Nesse ínterim,
Douglas mantém sua militância religiosa.
Compartilhou
em sua rede social, considerando-o "sensacional". Nele, os
expositores explicam que o erro não está nas instituições, mas no pecado.
Investem vigorosamente contra os princípios da igualdade, o "abominável
princípio" que tenta igualar pessoas nos aspectos econômicos, sociais e
biológicos. Sustentam que o feminismo é uma invenção do ideal agnóstico das
esquerdas. E comparam o casamento homossexual à pedofilia e aos homens que
fazem sexo com os animais.
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Dag Vulpi