O partido da
oposição Causa R (Causa Radical) apresentou hoje (3) ao parlamento venezuelano,
de maioria oposicionista, uma proposta para mudar a Constituição, no sentido de
reduzir a duração do mandato presidencial de seis para quatro anos.
A proposta
prevê ainda que sejam convocadas eleições presidenciais antecipadas e que seja
eliminada a possibilidade de reeleição presidencial ilimitada, de modo a
permitir que o chefe de Estado possa se candidatar somente a dois mandatos
seguidos.
"A
Venezuela vive uma crise extrema e irreversível e os que nos conduziram a este
abismo não dão nenhum sinal de retificação. Pelo contrário, o que fazem é
persistir nos erros. Por isso, propomos submeter à consideração plenária e de
todo o país a aprovação de uma emenda constitucional", anunciou o deputado
Andrés Velásquez.
Segundo o
deputado, dentro do parlamento e em organizações políticas venezuelanas
"há uma opinião favorável, inclusive do próprio presidente da Assembleia
Nacional, Henry Ramos Allup", sobre a alteração constitucional e a
antecipação das eleições presidenciais para dezembro deste ano.
"Todos concordam
que (o presidente) Nicolás Maduro não pode continuar à frente do governo, pelos
riscos que ele acarreta para a estabilidade do país", acrescentou
Velásquez.
Relativamente
às autoridades locais, Andrés Velásquez acrescentou que sua proposta prevê que
os governadores e presidentes de câmaras municipais sejam eleitos por um
período de quatro anos e reeleitos apenas mais duas vezes.
"Para os
magistrados (do Supremo Tribunal de Justiça), propomos a redução do atual
período de 12 anos para seis, a fim de que a Assembleia Nacional possa
substituir os magistrados à medida que eles concluam o mandato."
A legislação
venezuelana contempla duas "figuras jurídicas" para rever a
Constituição, a "emenda" e a "reforma".
A
"emenda" adiciona ou modifica um ou vários artigos da Constituição
sem alterar sua estrutura fundamental e pode ser feita por iniciativa de 15%
dos eleitores, por 30% dos deputados ou pelo presidente da República em
Conselho de Ministros.
A
"reforma" constitucional tem como propósito uma revisão parcial da
Constituição e a substituição de uma ou várias normas, sem modificar a
estrutura e princípios fundamentais do texto. Ela pode ser aprovada com os
votos da maioria dos 165 deputados do parlamento (o governo conta com apoio de
55 deputados), pelo presidente da República em Conselho de Ministros ou por um
número não menor de 15% dos eleitores venezuelanos.
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