O juiz federal
Sérgio Moro determinou hoje (2) a suspensão da tramitação da ação penal na qual
ex-executivos da Empreiteira Odebrecht são investigados na Operação Lava Jato.
A decisão do
juiz foi motivada pelo entendimento da Justiça da Suíça de que o
compartilhamento de documentos entre o Ministério Público suíço e o Ministério
Público Federal (MPF) sobre o suposto pagamento de propina a ex-funcionários da
Petrobras foi ilegal. A decisão vale até que Ministério Público brasileiro se
manifeste sobre a questão.
A empreiteira
recorreu para impedir que o Ministério Público brasileiro utilize os dados
financeiros para embasar as investigações da Lava Jato envolvendo a empresa. De
acordo com as investigações, os valores indevidos eram pagos em contas operadas
pelo ex-diretores da estatal na Suíça, por meio de empresas offshore
controladas pela Odebrecht.
Na decisão,
Moro explicou que, apesar de a Justiça suíça reconhecer que ocorreram erros
procedimentais no repasse dos documentos, o tribunal não pediu a devolução das
provas, fato que impediria a uso dos dados nas investigações no Brasil.
Em julho do
ano passado, ao decidir pela abertura de ação penal contra ex-dirigentes da
empreiteira, Moro afirmou que há evidências de que a Odebrecht fez pagamentos
aos investigados, por meio de contas na Suíça.
“Em especial,
a documentação vinda da Suíça, em cognição sumária com a prova material do
fluxo de contas controladas pela Odebrecht a dirigentes da Petrobras, é um
elemento probatório muito significativo, sem prejuízo da discussão pelas partes
e apreciação final pelo Juízo.”
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Dag Vulpi