A defesa do
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu hoje (29)
adiamento do julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da
República contra o deputado. O Supremo Tribunal Federal marcou o julgamento
para a próxima quarta-feira (2).
Os advogados
de Cunha alegam que o Supremo não pode julgar se abre ação penal contra o
parlamentar sem julgar dois recursos protocolados pela defesa, nos quais os
advogados pedem mais prazo para contestação.
O presidente
da Câmara foi denunciado em agosto do ano passado pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, sob a acusação de ter recebido propina para que um
contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado.
De acordo com
Janot, Cunha recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois
navios-sonda do estaleiro Samsung Heavy Industries em 2006 e 2007. O negócio
foi feito sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando
Soares e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
O caso foi
descoberto a partir do acordo de delação premiada firmado pelo consultor Júlio
Camargo, que também participou do negócio e recebeu US$ 40,3 milhões da Samsung
Heavy Industries para concretizar a contratação, segundo a denúncia.
Em outra
acusação, Janot afirma que Eduardo Cunha pediu, em 2011, à ex-deputada e atual
prefeita de Rio Bonito (RJ) Solange Almeida a apresentação de requerimentos à
Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar o estaleiro, que
parou de pagar as parcelas da propina.
Segundo Janot,
não há dúvida de que Cunha foi o verdadeiro autor dos requerimentos. A prefeita
foi incluída no processo. Cunha nega todas as acusações a afirma que não vai
deixar o cargo.
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Dag Vulpi