Instituições
financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam por mais inflação neste
ano e em 2017. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano foi ajustada pela quarta vez
seguida, ao passar de 7% para 7,23%. Para o próximo ano, a expectativa é que a
inflação fique abaixo do limite superior, mas ainda distante do centro da meta.
A projeção para 2017 passou de 5,40% para 5,65%, no segundo ajuste consecutivo.
A meta de
inflação tem como centro 4,5% e o limite superior é 6,5%, em 2016, e 6%, no
próximo ano.
As estimativas
são do boletim Focus, uma publicação semanal elaborada pelo Banco Central
(BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais
indicadores da economia.
Depois da
polêmica envolvendo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC na
semana passada, a projeção mediana (que desconsidera extremos das estimativas)
para a taxa básica de juros, a Selic, passou de 15,25% para 14,64% ao ano. Ao
final de 2017, a estimativa também caiu de 12,88% para 12,75% ao ano.
Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano.
A polêmica
surgiu às vésperas do anúncio da decisão do Copom, quando o presidente do BC,
Alexandre Tombini, divulgou comentário sobre a revisão de projeções do Fundo
Monetário Internacional (FMI) para a economia brasileira. Na terça-feira (19),
primeiro dia de reunião do Copom, Tombini disse, em nota, que as revisões foram
significativas e seriam consideradas na decisão do comitê.
O FMI aumentou
a projeção de queda da economia brasileira neste ano de 1% para 3,5%. Para
2017, a expectativa é de estabilidade, com a estimativa de crescimento zero do
Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no
país), contra a expectativa de crescimento de 2,3%, divulgada em outubro do ano
passado.
O comunicado
de Tombini em dia de reunião do Copom foi incomum e indicou uma mudança de
direção com relação à Selic. Analistas criticaram a comunicação do BC, que
anteriormente informava que adotaria as medidas necessárias para controlar a
inflação, ou seja, que elevaria a Selic. Para alguns analistas, o BC estaria
cedendo a pressões ao mudar a comunicação e tomar a decisão de manter a Selic
em 14,25% ao ano.
Quando há
elevação da taxa Selic, a demanda por produtos e serviços é afetada, porque os
juros mais altos encarecem o crédito e estimulam as pessoas a economizar em vez
de gastar. Quando há redução da Selic, o efeito é o contrário: incentiva
produção e consumo, mas alivia o controle da inflação. Nas suas decisões, o BC
tem que decidir se no momento a prioridade é controlar a inflação ou estimular
a economia. Além de afetar a demanda, a elevação da taxa influencia também as
expectativas com relação à inflação.
Na avaliação
das instituições financeiras, a economia deve encolher 3% este ano, contra a
previsão anterior de 2,99%. Para 2017, a expectativa é de recuperação, com
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8%. A estimativa anterior era
1% de expansão da economia.
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