O juiz federal
Sergio Moro começou, por volta das 14h, na sede da Justiça Federal em Curitiba,
audiência na qual o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é interrogado como
réu em uma das ações penais da Operação Lava Jato.
Dirceu e mais
15 investigados foram denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de
dinheiro e formação de quadrilha. Além do ex-ministro, está previsto o
depoimento de Gerson Almada, executivo da empreiteira Engevix. De acordo dos
advogados, Dirceu não ficará calado e vai esclarecer os fatos imputados a ele.
A acusação
contra Dirceu e os demais acusados se baseou nas afirmações de Milton
Pascowitch, em depoimento de delação premiada. O delator disse que fez
pagamentos em favor de Dirceu e Fernando Moura, empresário ligado ao
ex-ministro. Segundo os procuradores, o dinheiro saiu de contratos entre a
Engevix e a Petrobras e teriam passado por Renato Duque e o empresário Fernando
Moura.
Dirceu está
preso preventivamente desde agosto do ano passado em um presídio em Curitiba. A
defesa do ex-ministro afirma que a denúncia é inepta, por falta de provas. De
acordo com os advogados, a acusação foi formada apenas com declarações de
investigados que firmaram acordos de delação premiada.
Delator
Ontem, o
empresário Fernando Moura Hourneaux, investigado na Operação Lava Jato,
admitiu, em depoimento ao Ministério Público Federal, que prestou informações
falsas durante interrogatório ao juiz federal Sérgio Moro, na sexta-feira (22).
Moura envolveu
o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu em crimes investigados na Lava Jato. A
confissão ocorreu após os procuradores abrirem procedimento para verificar se o
réu quebrou acordo de delação premiada.
Os
procuradores pediram que Moura seja ouvido hoje, na mesma audiência em que
estarão Dirceu e Gerson Almada, mas o pedido ainda não foi analisado pelo juiz.
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