Pela
quarta vez seguida, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros básicos da
economia. Por seis votos a dois, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve
hoje (20) a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão surpreendeu os analistas,
que esperavam aumento de 0,5 ponto percentual.
Votaram pela manutenção da taxa Selic o presidente do BC, Alexandre Tombini, e cinco diretores: Aldo Luiz Mendes (Política Monetária), Altamir Lopes (Administração), Anthero Meirelles (Fiscalização), Luiz Edson Feltrim (Relacionamento Institucional e Cidadania) e Otávio Damaso (Regulação). Os diretores Sidnei Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) votaram pela elevação da Selic em 0,5 ponto percentual.
Votaram pela manutenção da taxa Selic o presidente do BC, Alexandre Tombini, e cinco diretores: Aldo Luiz Mendes (Política Monetária), Altamir Lopes (Administração), Anthero Meirelles (Fiscalização), Luiz Edson Feltrim (Relacionamento Institucional e Cidadania) e Otávio Damaso (Regulação). Os diretores Sidnei Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) votaram pela elevação da Selic em 0,5 ponto percentual.
Em
comunicado, o Copom informou que a decisão considerou não apenas a inflação,
mas o atual balanço de riscos do país, as incertezas domésticas e principalmente
externas.
Os
juros básicos estão neste nível desde o fim de julho. Com a decisão do Copom, a
taxa se mantém no nível de outubro de 2006. A Selic é o principal instrumento
do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Oficialmente,
o Conselho Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância
de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 10,67% em 2015, a maior taxa desde 2002.
No
último Relatório de Inflação, divulgado em dezembro, o BC estimou que o
IPCA encerre 2016 em 6,2%. O mercado está mais pessimista. De acordo com o
boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada
pelo Banco Central, o IPCA encerrará este ano em 7%. Este ano, a inflação
continuará pressionada pela alta do dólar, que influencia o preço dos produtos
e das matérias-primas importadas.
Embora
ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que
atravessa o segundo ano seguido de recessão, intensificando a queda na produção
e no consumo. Segundo o boletim Focus, analistas econômicos projetam
contração de 2,99% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços
produzidos pelo país) em 2016. ORelatório de Inflação do Banco Central
prevê retração de 1,9%.
A
taxa Selic é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de
juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda
que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e
estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito
e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.
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