O Conselho de
Ética da Câmara vai tentar notificar, amanhã (17), às 9h, o deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) sobre a abertura de processo disciplinar contra ele no conselho.
Na manhã de hoje, uma servidora do conselho tentou notificar Cunha, mas ele
pediu para que ela retornasse às 17h com a notificação. Porém, antes desse
horário, a assessoria do deputado avisou no Conselho de Ética que Cunha estaria
ocupado naquele horário e não poderia receber a notificação.
O presidente
do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), informou que a assessoria de
Cunha acertou com a secretaria do colegiado que amanhã, às 9h, ele (Cunha)
receberá a notificação. Segundo Araújo, pelas normas do conselho são feitas até
três tentativas de notificação, sendo uma por dia.
“Se ele não
receber a notificação amanhã, vamos fazer nova tentativa na sexta-feira [18].
Se não receber a notificação na sexta, às 17h mando a notificação para ser
publicada no Diário Oficial da Câmara”, disse o presidente do conselho.
Com a
aprovação do relatório preliminar para o prosseguimento das investigações, alvo
das denúncias citadas na representação movida contra Cunha pelo PSOL e pela
Rede, o deputado Eduardo Cunha terá dez dias úteis para apresentar sua defesa
por escrito ao Conselho de Ética, após receber a notificação da abertura do
processo disciplinar. Esse prazo de dez dias só é contado no período de
funcionamento do Congresso.
Como o
Legislativo deve entrar em recesso na quarta-feira (22), o prazo de dez dias
para a defesa será interrompido com o recesso parlamentar. Segundo José Carlos
Araújo, se Cunha não receber a notificação e ela for publicada no Diário
Oficial, o prazo para a apresentação da defesa começará a contar na
segunda-feira e será interrompido na terça-feira (22) e só voltará a ser
contado a partir da volta dos trabalhos do Congresso, prevista para 1º de
fevereiro de 2016.
Na
representação apresentada ao Conselho de Ética, o PSOL e a Rede se basearam em
documento em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) atesta como
verdadeiras as informações de que Cunha e familiares têm contas na Suíça e que,
supostamente, teriam recebido dinheiro fruto do pagamento de propina em
contratos da Petrobras investigados na Operação Lava Jato.
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