O deputado
Paulo Pimenta (PT-RS) disse hoje (21) que a base aliada irá recorrer ao Supremo
Tribunal Federal (STF) se houver qualquer tentativa de “driblar” a decisão da
Corte sobre o andamento do processo de impeachment da presidenta
Dilma Rousseff. Pimenta se referiu ao projeto de resolução protocolado
pelo DEM, na última quinta-feira (17), na Secretaria-Geral da Mesa, que
propõe a alteração do Regimento Interno da Câmara dos Deputados para
incluir a possibilidade de apresentação de chapa avulsa para comissão especial
que analisa o impeachment.
A proposta foi
protocolada horas depois de o STF decidir que a comissão especial tem de ser
composta por representantes indicados pelos líderes dos partidos, escolhidos
por meio de chapa única, e que, mesmo se tratando de eleição sobre assunto
interno da Câmara, o procedimento deve ser aberto.
“Qualquer
tentativa de mudar o regimento e encontrar uma saída para a decisão do STF,
vamos recorrer. É isto que vamos comunicar a ele [presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ)] durante a reunião [ de líderes]. Vamos denunciá-lo por
descumprimento de ordem judicial, disse Pimenta. Cunha convocou a reunião de
líderes para as 17h depois que o STF oficializou a decisão sobre o rito do impeachment.
“Só que o está
valendo é o ato da instalação [da comissão]”, lembrou o deputado petista.
Com a decisão
do STF, foi anulada a eleição, por 272 votos, da chapa formada por deputados da
oposição e alguns dissidentes de partidos da base aliada da presidente Dilma.
Para petistas
na Câmara, o projeto de resolução é mais uma estratégia de Cunha e seus
aliados. “Insustentável”, classificou Paulo Pimenta.
A Agência
Brasil tentou contato com o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), que está em
seu estado e não foi encontrado.
Reunião
de líderes
No encontro,
marcado a dois dias do recesso parlamentar, os deputados devem definir os
próximos passos em relação ao processo, inclusive prazo para que sejam
indicados nomes para compor a comissão especial. A expectativa é que, mesmo com
sessão na terça-feira, não haverá quórum mínimo para uma votação. Com isto, o
processo só será retomado em 2016.
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