Com a
atividade econômica fraca, a arrecadação de impostos e de contribuições
federais continua a cair. Em setembro, a arrecadação ficou em R$ 95,239 bilhões
e acumulou R$ 901,053 bilhões nos nove meses do ano, informou hoje (23) a
Receita Federal. Na comparação com setembro de 2014, houve queda de 4,12%,
descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA).
No acumulado
de janeiro a setembro, a queda na arrecadação chegou a 3,72%.
Segundo a
Receita, a queda ocorreu apesar das receitas extraordinárias de R$ 13,1 bilhões
(R$ 4,6 bilhões de transferência de ativos entre empresas, R$ 1 bilhão de
remessas para residentes no exterior em razão de alienação de ativos e R$ 7,5
bilhões de recuperação de débitos em atraso em decorrência de ações fiscais por
parte da administração tributária).
De acordo com
a Receita, a queda na arrecadação é influenciada por desonerações tributárias
de anos anteriores. Apesar de o governo ter voltado a aumentar impostos como
parte de sua política de ajuste fiscal, nem todas as medidas de desoneração
foram totalmente revertidas.
De janeiro a
setembro deste ano, as desonerações tributárias somaram R$ 79,491 bilhões,
contra R$ 72,157 bilhões em igual período de 2014.
Na comparação
com o mesmo período de 2014, de janeiro a setembro a Receita também registrou
queda, de 12,42%, na arrecadação no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da
Contribuição Social sobre Lucro Líquido.
Nesse mesmo
tipo de comparação, houve queda de 12,93% na arrecadação do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) e de 5,49% na do Imposto de Renda da Pessoa
Física. As receitas previdenciárias e do PIS/Cofins cairam, respectivamente,
4,91% e 2,93%.
A queda na
arrecadação pode levar o governo a revisar a meta de superávit primário,
economia para o pagamento de juros da dívida pública. A meta é 0,15% do Produto
Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
Ontem (22), o
ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que o Orçamento deste ano terá
déficit primário de cerca de R$ 50 bilhões, equivalente a 0,8% do Produto
Interno Bruto (PIB).
Esse valor não
inclui os passivos do Tesouro Nacional com bancos públicos, questionados pelo
Tribunal das Contas da União (TCU). Incluídos esses passivos, o déficit pode ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 75
bilhões, segundo estimativas do governo.
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