O presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse hoje (22) que até quinta-feira (24)
vai ler a resposta à questão de ordem apresentada pela oposição, no último dia
15, sobre o rito de tramitação de um pedido de impeachment contra a presidenta
Dilma Rousseff.
Cunha recebeu
o estudo prévio da assessoria jurídica da Casa, ontem (22), mas pediu ajustes e
correções no parecer, que vai servir de base para que ele defina, oficialmente,
sobre a tramitação de um eventual pedido de impeachment da presidenta da
República, apontando as regras sobre requisitos para aceitação, recursos,
prazos, emendas e rito de tramitação.
“Trouxeram um
esboço, mas ficaram de corrigir até amanhã”, disse. Segundo Cunha, o tempo será
suficiente para que, antes de ler em plenário, distribua cópias para todos os
parlamentares que quiserem acesso ao documento. “É melhor, para que ninguém
seja pego de surpresa”, afirmou. O peemedebista já havia dito que só decidiria
quando estivesse “seguro” sobre a questão. Desta decisão, depende ainda o
posicionamento que Cunha adotará diante do pedido assinado e protocolado pelos
juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale, e alguns movimentos sociais críticos do
atual governo.
Vetos
Sobre a sessão
conjunta do Congresso Nacional para analisar os vetos totais ou parciais da
presidenta Dilma Rousseff a matérias aprovadas pelo Legislativo, Cunha prefere
esperar um anúncio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que
tenta convencer os líderes a adiar a votação, mas ainda não há nada definido.
Assim como Renan, Eduardo Cunha considera a sessão um “risco” dispensável ao
governo, mas afirmou que não recebeu qualquer pedido para adiar a sessão. O
presidente da Câmara vai esperar uma decisão e o anúncio de Renan, que é quem
comanda a sessão do Congresso.
Esta será a
11ª tentativa de limpar a pauta conjunta. Na lista de dispositivos a ser
analisada, estão projetos como o que reajusta os salários dos servidores do
Judiciário em até 78,56% (PL 28/15), aprovado em junho. Este texto, somado a
outros que também criam novas despesas para os cofres públicos, totalizariam
gastos de R$ 127,8 bilhões em quatro anos, segundo cálculos do Planalto.
Votações
Cunha afirmou
que o plenário da Câmara vai votar hoje (22) o segundo turno da proposta de
emenda à Constituição (PEC) 172/12, que impede a criação de encargos para
estados e municípios, sem o repasse da respectiva receita pela União. Conhecida
como PEC do Pacto Federativo, a matéria, aprovada em primeiro turno, no início
deste mês, foi resultado de um acordo entre governo e oposição, que incluíram
uma salvaguarda no texto, por meio da qual a União só será obrigada a repassar
recursos para cobrir novos gastos se a despesa adicional estiver prevista no
Orçamento.
Esta foi uma
condição da base aliada, que queria evitar a criação de novas despesas, com a
previsão de compensações financeiras sempre que estados e municípios assumirem
novos encargos, como o aumento de pisos salariais de professores e
profissionais de saúde.
Os deputados
ainda podem analisar o projeto de lei (PL 2.289/07) que define restrições para
a compra de terra por estrangeiros no Brasil. A matéria, que tramita em regime
de urgência, proíbe a venda ou doação de terras da União, dos estados ou dos
municípios para estrangeiros. Pelo texto, enviado pela Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ), as companhias de capital aberto com ações negociadas na bolsa
continuam autorizadas a comprar imóveis rurais, mas ficam proibidas as vendas
aos fundos soberanos constituídos por outros países e às organizações
não-governamentais ou fundações particulares com sede no exterior ou que tenham
a maior parte do orçamento composta por uma mesma pessoa ou empresa
estrangeira.
Na pauta do
plenário, ainda está o projeto de lei (PL 7.371/14), que cria o Fundo Nacional
de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. O texto, enviado pela Comissão
Mista de Inquérito da Violência Contra a Mulher (CPMI), já foi aprovado pelo
Senado. O fundo seria composto por recursos do orçamento, de doações, de
convênios e de rendimentos, para investir em políticas de combate à violência
contra a mulher.
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