O ex-ministro
da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho afirma que o
PT errou ao se envolver em escândalos de corrupção e que está pagando por isso.
Para ele, o partido “tem que sofrer”. Em entrevista, nessa terça-feira (29),
ao programa Espaço Público, da TV Brasil, ele se referiu à Operação Lava
Jato e reclamou do que chama de “vazamentos seletivos” ou “interrogatórios
parciais”.
“É duro ser
apontado na rua, chamado de bandido, ter companheiros presos. Temos nossa cota
de responsabilidade, temos que sofrer. Mas a grande pergunta é: por que os
vazamentos da Operação Lava Jato só saem nas questões do PT? Os vazamentos
estão sendo seletivos ou os interrogatórios são parciais? De qualquer forma,
isso é errado”.
O ex-ministro
disse ainda que a operação da Polícia Federal, que investiga pagamentos de
propina na Petrobras, está “desmontando um processo oligopólico que sempre
existia no Brasil”. Ele ressaltou que se essa estrutura de corrupção deixar de
existir, então não “tem problema” o partido passar pelo que está passando.
Carvalho, que
é presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi),
defendeu o veto da presidenta Dilma Rousseff ao financiamento
de partidos por empresas, proibido pelo Supremo Tribunal Federal. Ele disse
estar orgulhoso da decisão, cobrou a postura de todos os partidos e chamou de
“hipócrita” aqueles que não levantarem a bandeira do veto à matéria.
“Estou
orgulhoso da nossa presidenta e da decisão tomada pelo Supremo [Tribunal
Federal]. Agora vamos ver quem é de fato a favor da corrupção. Quero ver o
PSDB, o PMDB e o PT se posicionarem, porque quem quiser derrubar a decisão do
Supremo é demagogo e hipócrita. Com esse veto [presidencial] e essa proibição
[do Supremo] daremos um passo importante no combate à corrupção”, afirmou.
História
do partido
Para ele, o PT
teve que “seguir uma regra imposta” pelos outros partidos para conseguir chegar
ao governo e aderir a esse tipo de financiamento, contrariando uma filosofia
histórica do partido. “Nesse processo virtuoso, estamos sujeito a erros. Fomos
nos burocratizando, nos afastando das lutas sociais, criando uma certa empáfia
e seguindo a prática que condenávamos nos outros partidos. [Mas vejo que] não
fosse a contratação milionária do Duda Mendonça [publicitário responsável pela
campanha de Lula em 2002], não teríamos feito a campanha que fizemos, não
ganharíamos e não faríamos as importantes mudanças que fizemos no país. Nós
seguimos a regra do jogo que estava posta.”
Carvalho
lembrou que o PT deveria ter proposto essa mudança após o processo do mensalão,
o que acabou não ocorrendo. “Ao ver que sofremos as dores da corrupção,
tínhamos que ter feito uma reforma política e colocado na pauta o fim do
financiamento. Acho que estávamos tão envolvidos no projeto de mudança do país
que não fizemos. Estávamos percebendo que o partido começava a apodrecer por
dentro. Empresa não doa, faz investimento. Amarram o político a seus
interesses.”
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Dag Vulpi