Militantes do
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam na manhã de hoje (23) o
prédio do Ministério da Fazenda na capital paulista. Os manifestantes começaram
a se concentrar por volta das 9h em frente à Estação da Luz, na região central
da cidade. Após uma curta passeata, o grupo interrompeu o trânsito na Avenida
Prestes Maia e tomou as escadas e o saguão de entrada do edifício.
A ação está
sendo coordenada para ocorrer simultaneamente em outras capitais do país,
inclusive em Brasília, onde ocuparam a sede do Ministério da Fazenda, na
Esplanada, às 9h. Segundo o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, o
ato é um protesto contra os cortes de recursos destinados a programas sociais
do governo federal.
“Ocorreram
cortes brutais nas áreas sociais, inclusive de moradia, que ameaçam o Programa
Minha Casa, Minha Vida para 2016. Por conta disso, o MTST resolveu, hoje, fazer
uma jornada contra os cortes. Colocando que, para nós, o ajuste fiscal tem que
ser revolvido taxando o andar de cima, não cortando de quem já não tem”, disse
durante a manifestação.
Do alto do
carro de som, Boulos incentivou os militantes a entrar no edifício e aproveitar
o ar-condicionado. No horário, a temperatura medida pelo Centro de
Gerenciamento de Emergências era de 28 graus Celsius. De acordo com o
coordenador do movimento, os manifestantes devem permanecer ocupando os prédios
até que haja alguma interlocução com representantes do ministério.
Demanda
A principal
demanda do movimento é a manutenção do ritmo das obras e contratações do Minha
Casa, Minha Vida. De acordo com Boulos, o montante apresentado no orçamento, de
R$ 15 bilhões, permite, além da continuidade das obras em andamento, a
contratação de menos de 200 mil novas unidades. “A nossa reivindicação mais
específica é a garantia de orçamento para o Minha Casa, Minha Vida 3, com
prioridade para os empreendimentos de entidades.”
Caso não haja
avanços na negociação com o governo, o movimento pretende fazer mais protestos.
“Hoje, é a primeira resposta a esse pacote que foi apresentado. Se o governo
permanecer na sua posição de corte, com o tacão do ajuste fiscal no lombo dos
mais pobres, essa vai ser a primeira de muitas”, disse Boulos.
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