O ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, disse que os cortes no Orçamento anunciados hoje (14)
representam “um esforço absolutamente necessário e indispensável”. Segundo ele,
a decisão sobre o corte de R$ 26 bilhões envolveu a participação de todos os
ministérios. Levy informou ainda que o governo conseguiu chegar à cifra “sem
deixar de cumprir suas obrigações”.
“Não sei se
devemos usar o tom shakesperiano da própria carne, mas certamente são reduções
importantes (…). Vivemos um momento difícil”, declarou o ministro. Levy
reafirmou que não é mais possível manter as facilidades que empresas e pessoas
físicas tiveram nos últimos anos. “Havia uma ocasião. As pessoas aproveitaram
essa ocasião. O governo criou condições para uma vida mais confortável em um
certo momento, que agora é impossível manter”, acrescentou.
De acordo com
o ministro da Fazenda, o corte no Orçamento não seria suficiente para garantir
superávit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e
riquezas produzidos em um país), daí a necessidade também de medidas para
aumentar receitas, entre elas a volta da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF).
“Esse esforço
do [corte de] gasto só nos leva até certo ponto. Você tem também de lançar mão
de outros recursos. Isso ocorreu na Inglaterra, que foi um dos primeiros países
da Europa a se recuperar”, destacou o ministro. Além da criação de um imposto
nos moldes da CPMF, com alíquota de 0,2%, o governo elevou as alíquotas do
Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) sobre ganho de capital progressivo para
operações de venda envolvendo valores superiores a R$ 1 bilhão.
Em conjunto,
as medidas devem proporcionar R$ 28,4 bilhões em arrecadação, já descontada
previsão de queda de R$ 5,5 bilhões para o próximo ano. O governo anunciou
ainda medidas para diminuição do gasto tributário, reduzindo ou retirando
benefícios fiscais de empresas.
A meta de 0,7%
de superávit primário representa economia de R$ 43,8 bilhões do setor público,
dos quais R$ 34,4 bilhões correspondem à meta da União. Para alcançá-la e
cobrir o déficit de R$ 30,5 bilhões previsto para o Orçamento no ano que vem, o
esforço total do governo deve ser de R$ 64,9 bilhões.
Da Agencia Brasil
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