Por Rafael
Seabra
Vimos, na
semana passada, o governo elevar novamente a taxa de juros (SELIC) para 10,25%
ao ano. Se, por um lado, é uma boa notícia para os investidores em títulos
públicos, pois a rentabilidade está atrelada à SELIC, por outro lado causa um
esfriamento na economia.
Entretanto
como é que o “simples” aumento da taxa de juros consegue esfriar a economia?
Qual a intenção do governo em fazer isso? E como nós, investidores, podemos
tirar proveito desses aumentos? O objetivo desse artigo é responder todas essas
perguntas de uma forma simples, desmistificando um assunto tão comentado nos
noticiários, mas que pouca gente compreende, dada a complexidade dos jargões
econômicos utilizados. Vamos lá!
Por que a
elevação da SELIC esfria a economia?
A resposta é
bem simples. O aumento da taxa de juros impacta diretamente os juros dos
financiamentos bancários. Como grande parte do consumo nacional é produto de
financiamentos e a oferta de crédito está mais “cara” (com juros mais altos),
consequentemente as pessoas passam a consumir menos.
O mesmo
raciocínio se aplica às empresas, que deixam de contrair empréstimos para
investimentos em novos projetos, já que os juros mais altos comprometem a taxa
de retorno do investimento, aumentando o risco. Consumidores gastando menos e
empresas investindo menos é igual a menos dinheiro rolando na economia.
Por que o
governo faz isso?
Essa merece
uma explicação mais elaborada. O governo trabalha com uma meta
de inflação anual em torno de 4,5% a.a. Sendo que a expectativa de inflação para esse ano já se aproximando dos 6%
a.a. Isso significa que nós, consumidores, as empresas e o governo vinha
gastando mais que a oferta de bens e/ou serviços. Isso tende a elevar o preço
(pela tão falada lei da demanda e da oferta) das coisas.
Portanto o
aumento da SELIC desestimula o consumo, diminuindo a demanda (procura por bens
e/ou serviços), impedindo que os preços continuem a subir e, quem sabe, até
comecem a cair. Em poucas palavras, o objetivo do governo, ao elevar a SELIC, é
controlar a inflação.
E como podemos
nos aproveitar desses aumentos da SELIC?
Alguns títulos
públicos são indexados, direta ou indiretamente, pela SELIC. A LFT (Letras
Financeiras do Tesouro), título pós-fixado indexado à SELIC é a primeira opção.
Essa opção acompanha a SELIC, pagando no vencimento do título o rendimento
dessa taxa. Como a perspectiva de curto e médio prazo é de elevações até o
final do próximo ano, trata-se de uma boa escolha.
A segunda
opção, também para curto e médio prazo, é a LTN. As LTNs (Letras do Tesouro
Nacional) são prefixadas e você já sabe quanto ela vai render no momento da
compra. Apesar de não ser indexada à SELIC, geralmente as taxas prefixadas
oferecidas aumentam um pouco sempre que a SELIC aumenta.
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