Ministro Teori
Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de inquéritos para
investigar políticos citados na Operação Lava Jato da PF
Por: Laryssa
Borges, de Brasília
Eduardo Cunha,
Renan Calheiros, Fernando Collor e Gleisi Hoffmann(Agência Brasil/Sergio
Lima/Alan Marques/Folhapress)
Depois de uma
semana de muita tensão em Brasília, o ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal (STF), divulgou na noite desta sexta-feira a temida lista dos
políticos que serão investigados por suspeita de envolvimento com o propinoduto
que sangrou os cofres da Petrobras. Zavascki determinou a abertura de 21
inquéritos contra 49 pessoas, sendo 22 deputados federais e 12 senadores. Todos
eles serão investigados no Supremo no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia
Federal.
Zavascki
também seguiu a recomendação da Procuradoria-Geral da República e determinou o
arquivamento das denúncias contra os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Aécio
Neves (PSDB)-MG) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN) por avaliar que as menções encontradas eram frágeis.
A temida lista
elaborada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atinge em cheio a
base a presidente Dilma Rousseff no Congresso, envolvendo políticos dos três
principais partidos governistas: PT, PP, PMDB, além do senador aliado Fernando
Collor, do PTB. Da oposição, o senador Antonio Anastasia, do PSDB de Minas
Gerais, foi relacionado. Tanto no caso de Collor, investigado por lavagem de
dinheiro, quanto no de Anastasia, os inquéritos já estavam abertos e
diligências foram autorizadas.
As duas
principais autoridades do Congresso Nacional integram a lista: o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). A relação de senadores contém dois importantes ex-ministros do
primeiro mandato de Dilma Rousseff: Edison Lobão (PMDB-MA), que comandava a
pasta de Minas e Energia, e Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-chefe da Casa Civil.
A presidente
Dilma Rousseff foi citada nas investigações, mas o procurador-geral da
República informou que não tem competência para investigá-la, conforme determina
a Constituição. Dilma foi citada no mesma investigação na qual aparece o
ex-ministro Antonio Palocci Filho, cujo caso foi remetido ao juiz Sérgio Moro,
responsável pela Lava Jato em Curitiba. O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto,
que não possui mandato, também é investigado.
Ao descrever a
"organização criminosa complexa" nos pedidos de investigação, Janot
fatiou o petrolão em quatro núcleos: 1) político (parlamentares que indicavam e
mantinham funcionários de alto escalão da Petrobras, em especial os diretores,
recebendo vantagens indevidas pagas pelas empresas); 2) econômico (empreiteiras
cartelizadas contratadas pela estatal); 3) administrativo (funcionários de alto
escalão da petroleira indicados pelos integrantes do núcleo político); e 4)
financeiro (operadores do recebimento das vantagens indevidas).
A maior parte
dos indícios contra parlamentares suspeitos de se beneficiarem do assalto à
estatal foi recolhida a partir dos depoimentos do doleiro Alberto Yousseff e do
ex-diretor de Abastecimento da petroleira Paulo Roberto Costa. Os dois fizeram
acordos de delação premiada e colaboraram com os investigadores em troca de
benefícios judiciais. O fato da dupla ser ligada ao Partido Progressista
explica porque a maioria dos nomes corresponde a políticos da sigla.
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