sábado, 31 de janeiro de 2015

Fenomeno a ser explicado: memória curta ou ódio descabido?




Por Francisco Costa
Basta ser semialfabetizado e saber fazer uma simples conta de dividir para saber que no momento em que o salário mínimo foi mais alto, no governo de FHC/PSDB, ele dava para colocar 40 litros de gasolina no carro. Repetindo-se a mesma conta, hoje, o semialfabetizado vai perceber que um salário mínimo permite colocar 241 litros, seis vezes mais. Que o salário mínimo mais alto na era FHC/PSDB comprava 200 litros de leite, hoje compra 394 litros.

Basta ter uma memória medianamente funcional para se lembrar das reportagens do Jornal Nacional e do Fantástico, mostrando engenheiros, professores, advogados, pedagogos, arquitetos... Nas filas do concurso para gari, varredores de ruas, no governo FHC/PSDB (você, coxinha adolescente ou recém-saído da adolescência, pergunte para os seus pais e avós). Basta não ter miolo de pão na cabeça para se lembrar das filas de carros, nos postos de gasolina, às 22 horas, porque os combustíveis aumentariam à zero hora. Das filas, para comprar gás de cozinha.

Qualquer um medianamente informado se lembra dos índices de desemprego, que chegaram a ser os maiores do mundo, das denúncias de corrupção, nunca apuradas e sempre negadas, a ponto do Procurador Geral da República ser chamado, pela mídia, de arquivador geral da república.

Basta consultar o site do IBGE para saber que a inflação acumulada nos 8 anos de FHC/PSDB foi maior que a dos últimos 12 anos, 8 de Lula e 4 de Dilma.

Foram apagões nacionais, por conta da falta de investimentos e planejamento, por horas, e não de minutos e localizado, uma única vez, por falha técnica.

Houve à rendição ao FMI, com FHC/PSDB subscrevendo todo o receituário dos agiotas multinacionais, onde se incluiu a criação desse maldito superavit primário, o mesmo que obrigar a um chefe de família a pagar primeiro ao agiota e com o que sobrar, se sobrar, comprar pão para os seus filhos. O mesmo FMI que exigiu a entrega de 160 empresas nacionais ao capital estrangeiro.

E o pobre, o classe média, o miserável querem a volta disso, destilando ódio por todos os poros, pelo governo atual.

A quase totalidade dos que têm mais de 30 anos sabe que era assim, lembram-se, o que não os faz diminuir o ódio pelo partido que hoje detém o poder.

Onde nasce esse ódio?

Com a chegada de Lula ao poder, sem perder de vista o capital, o povo brasileiro passou a ser o centro das atenções governamentais, com a queda nos índices de desemprego, com as metas de inflação sendo respeitadas, acumulando-se reservas cambiais, com 22 milhões de pobres sendo incorporados à classe média e oito milhões saindo da linha da miséria para a pobreza, com continuados reajustes do salário mínimo acima da inflação... O que desagradou aos que sempre exploraram a pobreza, a miséria, a carência, transformando-as em capital.

Daí a conspiração e o ensaio de golpismo, o desapreço pela democracia, o ódio, em toda a sua corrosão, nos gabinetes refrigerados, ante salas de bancos, partidos conservadores, com os salteadores revoltados porque perderam as chaves dos cofres.

Sim, mas como chegar às hordas de mal informados, aos cujas leituras se resumem a alguns versículos bíblicos, ocasionais bulas de remédios, frases em fotos editadas, nas redes sociais, entre um game e outro?

Como fazer a baba do ódio escorrer até os incautos, paradoxalmente vítimas do passado, querendo o retorno do passado?

Fácil deduzir: são arrebanhados pela mídia, porta voz dos interesses da classe dominante contrariada, dos golpistas, dos saudosos do passado, quando enchiam as burras de dinheiro, entre BBBs, Faustões, Anas Marias, Hucks, Datenas, pastores pregando que só Jesus na causa.

A mídia brasileira é a ponte entre os contrariados e os inocentes, os pós graduados nas leis da vantagem e os analfabetos políticos, atentos aos Jornais Nacionais, professores, líderes, gurus... Fabricando papagaios repetidores do que convém aos seus algozes, levantando os troncos onde serão novamente acorrentados.

Plim plim!

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Dag Vulpi

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