Algum
problema com as pessoas que moram na Avenue Foch em Paris? Nenhum
problema, exceto se a pessoa não tiver renda para isso ou se essa renda for
obtida de forma ilegal. Quem conhece esse local de Paris, muito bonito e
disputadíssimo, apesar de o metro quadrado por lá ser caríssimo, diz que a Avenue já
teve como moradores alguns dos carniceiros africanos, ditadores e gente rica,
mas de muito má fama. De certo que moram lá também e, provavelmente são
maioria, moradores honrados e honestos, gente que tem dinheiro declarado e
ganho de forma limpa e, portanto, que não deve satisfação a ninguém.
O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem um apartamento na Avenue Foch,
só agora, porém, admitiu isso. Parece que comprou o apartamento de um
milionário brasileiro que dizem ter participado de operações durante a ditadura.
Tudo isso, quanto custou o apartamento, quando e de quem foi comprado, é
teoricamente da conta de FHC e eu não estou insinuando que ele comprou esse
apartamento sem poder ou com dinheiro ilegal.
Só
não entendo é o motivo de ele esconder por tanto tempo que tem o apartamento,
de durante anos e anos afirmar que era “emprestado” e nossa imprensa (sic)
sempre ter embarcado nessa história e jamais explorado o fato, como, com
certeza, exploraria se o apartamento fosse do Lula, que tivesse mentido sobre
ser proprietário.
***
FHC
e apartamento de luxo em Paris. E se o apartamento fosse de Lula, o que a mídia
diria?
Nos
idos de dezembro de 2002, quando FHC já sabia que seu candidato estava fora do
páreo, perdendo o cargo de presidente da República para o torneiro mecânico
Luiz Inácio Lula da Silva, o ainda presidente já se arrumava para se mudar do
Palácio da Alvorada. Fernando Henrique estava juntando tudo para guardar em um
depósito em São Paulo até que a reforma de seu novo apartamento da rua Rio de
Janeiro – a dois quarteirões de seu antigo endereço na Rua Maranhão, em
Higienópolis – ficasse pronta.
Contudo,
logo após a entrega da faixa presidencial para Lula, …
Folha
de S.Paulo, 17/12/2002
Fernando
Henrique Cardoso vai passar três meses na Europa, baseado em Paris. Ele ficará
hospedado em um apartamento de Jovelino Mineiro, seu ex-sócio na fazenda
Córrego da Ponte, em Buritis (MG). A parte de FHC hoje está em nome dos filhos
do presidente.
Entretanto…
Folha
de S.Paulo, 17/12/2002
O
presidente Fernando Henrique Cardoso espera ver concluída no início de 2003 a
reforma pela qual passa seu novo apartamento no Edifício Chopin, na rua Rio de
Janeiro, bairro de Higienópolis, em São Paulo.
O
apartamento tem uma área de cerca de 400 metros quadrados e fica de frente para
a rua Pernambuco. No mesmo prédio, um apartamento com 200 metros quadrados –
metade da área do imóvel de FHC – está sendo vendido por R$530 mil.
Incrível,
né?
Folha
de S. Paulo, 12 de janeiro de 2003, página A7, Coluna de Janio de Freitas
O
endereço
Janio
de Freitas
Data
imprecisada, ou imprecisável, e não recente. Fernando Henrique Cardoso, no uso
de toda a simpatia possível, discorre para os comensais suas apreciações sobre
fatos diversos e pessoas várias. De repente, intervém a mulher de um brasileiro
renomado, há muito tempo é figura internacional de justo prestígio, ministro
mais de uma vez, com importantes livros e ensaios. Moradores íntimos de Paris
por longos períodos, mas não só por vontade própria, constam que nela nada
restringe a franqueza. Se alguém na conversa desconhecia a peculiaridade, ali
testemunhou um motivo para não esquecê-la:
“Pois
é, mas nós sabemos do apartamento que Sérgio Motta e você compraram na Avenue
Foch.”
Congelamento
total dos convivas. Fernando Henrique é quem o quebra, afinal. Apenas para se
levantar e afastar-se. Cara fechada, lívido, nenhuma resposta verbal. A bela
Avenue Foch, seus imensos apartamentos entre os preços mais altos do mundo,
luxo predileto dos embaixadores de países subdesenvolvidos, refúgio certo dos
Idi Amim Dada, dos Bokassa, dos Farouk e, ainda, de velhos aristocratas
europeus.
Avenue
Foch, onde a família Fernando Henrique Cardoso está instalada. No apartamento
emprestado, é a informação posta no noticiário, pelo amigo que passou a figurar
na sociedade da fazenda também comprada por Sérgio Motta e Fernando Henrique
Cardoso, em Buritis. Avenue Foch é ela que traz de volta comentários sobre a
historieta, indagações de sua autenticidade ou não, curiosidade em torno do que
digam outros possíveis comensais.
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