quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O novo ministro da Fazenda Joaquim Levy e sua árdua tarefa




O novo ministro da Fazenda Joaquim Levy, que será anunciado nesta quinta-feira (27/11) terá a difícil missão de desmontar de forma gradual a crise econômica que vem se reproduzindo periodicamente no Brasil nos últimos cinco anos. Revertendo as desonerações tributárias, que prejudicaram a arrecadação em R$ 85 bilhões nos primeiros dez meses deste ano; um dos setores mais favorecidos foi a indústria automobilística; outra medida que será anunciada é a volta da Cide, imposto que incide sobre a gasolina


Por Luciana Otoni no Reuters
Joaquim Levy vai ser anunciado nesta quinta-feira ministro da Fazenda com a missão de desmontar gradualmente a política anticíclica feita nos últimos anos, revertendo as desonerações tributárias, disse à Reuters uma fonte do governo que acompanha a montagem da nova equipe econômica.

"Não tem como o governo manter a política anticíclica", disse nesta quarta-feira a fonte, sob condição de anonimato. "Levy vai assumir o cargo de ministro da Fazenda para rever as contas, reverter desonerações, gerar mais receita e criar ambiente para a melhora do investimento privado."

O desmonte dessa política, iniciada para estimular a atividade econômica, será feito de forma gradual. Mas novas medidas acrescentou a fonte, não serão divulgadas nesta quinta-feira, quando o Palácio do Planalto divulgará os nomes dos futuros ministros da Fazenda e do Planejamento.

O ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa ficará com a pasta do Planejamento e Alexandre Tombini continuará à frente do Banco Central.

As desonerações tributárias, nos primeiros dez meses do ano, somaram quase 85 bilhões de reais, e são uma das principais responsáveis pelo mau desempenho fiscal do governo. Entre elas, estão a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos, que termina neste ano, e a das folhas de pagamento de diversos setores, que continua.

As medidas em estudo também envolvem mudança no seguro-desemprego e abono salarial, além de contenção de gasto da máquina pública.

Também está em análise o aumento da alíquota da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis, zerada desde 2012. De acordo com a fonte, além de gerar receita anual superior a 10 bilhões de reais, o tributo vai melhorar a competitividade do etanol no mercado brasileiro.

Esse conjunto de medidas está em fase final de elaboração e será anunciado nos próximos dias.

PRIMÁRIO 2015
A fonte informou ainda que a presidente Dilma pediu a Levy que prepare uma nova meta ajustada de superávit primário para 2015, mais compatível com a realidade de baixa poupança.

A meta cheia da economia feita para pagamento de juros do próximo ano é de 147,3 bilhões de reais, equivalente a 2,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mas o governo havia dito que perseguiria 2 por cento do PIB.

A definição da nova meta de 2015 será, conforme a fonte, feita sem alteração das condições prevista no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentos (LDO) de 2015, que ainda não foi aprovada no Congresso Nacional.

"Vai ter que ser uma meta que o governo consiga alcançar e ao mesmo tempo que assegure o 'investment grade' pelas agências de risco", acrescentou.

A atual ministra do Planejamento, Miriam Belchior, está cotada para o Ministério de Minas e Energia, mas ainda sem confirmação.

16 comentários:

  1. É por isso, Dagmar, que responsabilizo os empresários brasileiros por boa parte do mau funcionamento da economia.

    "As desonerações tributárias, nos primeiros dez meses do ano, somaram quase 85 bilhões de reais, e são uma das principais responsáveis pelo mau desempenho fiscal do governo. Entre elas, estão a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos, que termina neste ano, e a das folhas de pagamento de diversos setores, que continua."

    ResponderExcluir
  2. Esse assunto deveria ser analisado sob essa ótica meu caro Rafles Ramos Ramos. Ainda que ele não possa e não deva servir de muletas para justificar o péssimo desempenho da economia brasileira, a forma como ela está sendo analisada por muitos, não somente por leigos nas redes sociais, mas também por alguns mais entendidos, como é o caso do artigo do jornalista Carlos Alberto Sardenberg que fiz uma postagem há pouco sobre o tema, infelizmente estão sendo balizados exclusivamente sob a ótica do revanchismo político partidário. Será preciso que as feridas abertas pela perda das eleições cicatrizem por completo, para então, assuntos dessa monta serem tratados com a seriedade e imparcialidade que merecem.

    ResponderExcluir
  3. Verdade, Dagmar.
    O objetivo da turma da Fiesp é abocanhar fatias da infraestrutura e serviços públicos, forçando concessões.

    Tanto é verdadeira a tese da sabotagem que, enquanto empresários brasileiros alegam desconfiança na economia, para não investirem, os estrangeir

    ResponderExcluir
  4. Será que as feridas abertas irão cicatrizar? Pois a verdade, por mais dura que seja,ela é assimilada! No caso em pauta, não é revanchismo, mas constatação que fomos enganados, que a campanha foi pautada pela mentira, por índices econômicos fraudados, etc.... O Brasil anterior as eleições, era um céu de brigadeiro, pós eleições um verdadeiro tsunami.....Será este o conceito de imparcialidade e seriedade deste "desgoverno e seus defensores?

    ResponderExcluir
  5. Estou certo de que já não existam eleitores com a mesma consciência política dos anos 40. Porém, caso ainda existam aqueles que pensam que políticos, mesmo em campanha eleitoral, irão falar somente verdades e não usarão de todas as artimanhas para saírem vencedores, peço para abrirem um pouquinho os olhos. Nenhum político que esteja concorrendo a um segundo mandato jamais virá a público durante sua campanha falar mal de sua própria gestão. E isso não é exclusividade de A ou B, esta é a regra.

    ResponderExcluir
  6. Da mesma maneira como o governo se estrepou agindo errado no início do primeiro mandato Lula, Dilma caiu novamente no erro de fazer concessões à oposição que irá corroe-la até a submissão quando então darão o golpe de misericórdia!

    ResponderExcluir
  7. fhc, próximo às eleições que lhe deram o segundo mandato veio a público expor a situação dificílima da economia à época, e mesmo assim venceu.

    Por que Dilma não fez o mesmo?
    Primeiro, porque a situação atual não é de quebra da economia, mas de necessidade de alguns ajustes.
    Segundo, fhc contava com o apoio integral e maciço da imprensa para vender seus argumentos. Dilma viveu e vive um clima de golpe, com a imprensa trabalhando fortemente contrao governo.

    Não houve ambiente para a discussão dos problemas da economia, com a sociedade.

    ResponderExcluir
  8. O Atual ministro que tomou uma bicuda no toba,TRIPLICOU divida INTERNA,alem de ser reconhecido como MANTEGA DO PIBINHO

    ResponderExcluir
  9. "... crise econômica que vem se reproduzindo periodicamente no Brasil nos últimos cinco anos" ... não esperava da SUA parte a reprodução de semelhante ficção. LAMENTÁVEL.

    ResponderExcluir
  10. Talvez eu não me fiz entender meu caro Ralf Rickli, mas fiz referências ao pós 2009, onde a economia, não somente brasileira, mas a mundial passou por ciclos descendentes. Estou certo de que você concorda que no pós crise 2009 foram cíclicas as crises na nossa economia. Ainda que essa tenha se comportado de maneira bem superior à do resto do mundo, com algumas exceções, caso da China.

    ResponderExcluir
  11. Engraçado os outros paises estao crescendo e o Brasil se reduzindo.Parece que a marola reverteu nao achja Dagmar Vulpi?

    ResponderExcluir
  12. À parte o fato de que é uma falácia - já superada por qualquer um que entenda o que realmente está em jogo - medir desempenho da economia apenas por crescimento do PIB (ou crescimento de seja qual for o indice),

    ... CADÊ OS DADOS que mostram outros países crescendo *significativamente* mais que o Brasil, ou o Brasil se reduzindo? Os senhores são meramente crédulos nas agências de propaganda estadunidense chamadas Globo e Abril e similares, ou são cúmplices mesmo?

    ResponderExcluir
  13. A economia mundial dificilmente voltará ser a mesma que antecedeu a crise de 2008/09 meu caro Manoel Filho. O Brasil, apesar de sua característica de exportador de matéria prima que é influenciada diretamente pelo crescimento do resto do mundo, ou seja, se o mundo está consumindo é sinal que a economia mundial está estabilizada e o Brasil continuará exportando sua matéria prima, porém, o que vem ocorrendo é o oposto disso, a economia mundial ou está estagnada ou na descendente. Um bom exemplo disso é a economia japonesa que está caindo pelas tabelas apesar de ser um pais exportador de tecnologias, portanto, menos propenso ao mal humor do resto do mundo. O Lula não subestimou a "marola" e o Brasil conseguiu respirar nestes últimos 5 anos. A economia brasileira precisa de um choque antes que a marola se transforme num tsunami, mas parece que a presidente Dilma está ligada, prova disso foi a escolha do economista "ortodoxo" Joaquim Levy para comandar a economia brasileira.

    ResponderExcluir
  14. Como entao medir o crescimento do Pais,se nao pelo PIB Ralf Rickli?

    ResponderExcluir
  15. Jamais me sentirei confortável, jamais apoiarei as mentiras, os dados falsificados, a pouca vergonha, a roubalheira, os desvios de conduta, sob o falso conceito, de que todo politico mente. Eu sei disso, não é novidade, caro Dagmar Vulpi. Motivo este, que deveria ser combatido,renegado,denunciado,etc..., e não ser aceito com passividade, por ser "normal". Pela aceitação desta máxima, poderemos dizer, que os políticos, são somente a imagem do povo brasileiro refletida em um grande espelho.

    ResponderExcluir
  16. Dizer que políticos e a política de um país é a imagem de seu povo, seria o mesmo que dizer que um pai é a imagem de seus filhos...ou bem próximo disso.

    ResponderExcluir

Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!

Abração

Dag Vulpi

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

Seguir No Facebook