quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Presidente dos Correios nega uso político da estatal em favor de Dilma

PSDB acusa estatal de não ter entregado material de campanha em MG.
Wagner Oliveira classificou denúncias de 'descabidas' e 'inverídicas'.

O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, negou nesta quinta-feira (2) o uso político da empresa para favorecer a campanha da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT. A estatal vem sendo acusada pelo PSDB de ter deixado de entregar correspondências da campanha tucana em municípios mineiros.

Durante coletiva de imprensa em Brasília para contestar as denúncias contra os Correios, Wagner Oliveira classificou as acusações do PSDB de ‘”descabidas” e “inverídicas”.

Segundo ele, o departamento jurídico da estatal estuda as medidas judiciais cabíveis contra a coligação do presidenciável Aécio Neves (PSDB), que classificou como "crime" o suposto favorecimento à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT), que chamou o caso de "absurdo". O presidente dos Correios convocou a cúpula da direção executiva da estatal para participar da entrevista. Além dele, estavam presentes o chefe de gabinete e mais oito vice-presidentes da empresa.

“A candidatura está atacando a imagem institucional dos Correios, tentando manchar a imagem dos Correios”, disse o presidente. “Tenho tranquilidade e certeza absoluta de que não houve prática de crime eleitoral”, completou.

Na quarta-feira, a coligação do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, informou que vai acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em Minas Gerais para apurar denúncias sobre material da campanha tucana que teria deixado de ser entregue. Nesta quinta, a campanha de Aécio afirmou que, de um lote com 5,6 milhões de correspondências, 16% não haviam sido entregues pelos Correios até 22 de setembro.

Wagner Oliveira negou que tenha havido extravio de correspondências. Segundo ele, parte do material que o PSDB diz não ter sido entregue pode ter tido o recebimento recusado pelo destinatário. A outra possibilidade, de acordo com o presidente, é que algumas entregas não tenham sido feitas porque o destino final eram estabelecimentos comerciais, tipo de domicílio não contratado pelo serviço.

Vídeo na internet
Wagner Oliveira também comentou, durante a entrevista coletiva, o vídeo que circula na internet em que um homem com roupa de carteiro distribui folhetos da campanha de Dilma Rousseff

Segundo ele, os Correios apuram se o homem é mesmo carteiro. Caso fique confirmado que ele é funcionário, os Correios vão investigar a rota do dia em que o vídeo foi feito e se havia alguma irregularidade na conduta.

De acordo com o presidente da estatal, possivelmente o carteiro estava fazendo entregas via mala direta, serviço de divulgação em que um mesmo material é encaminhado para vários destinatários.
“Pelo vídeo – eu também só vi o vídeo –, tudo indica que há entrega domiciliar não endereçada”, disse. “Esse é o procedimento: deve ser entregue para qualquer domicílio residencial e ou comercial. Parece que ele está cumprindo o papel dele”, disse o presidente.

Origem do caso
As acusações do PSDB contra os Correios começaram a ser feitas na terça-feira, após a divulgação de um vídeo pelo site do jornal "O Estado de S.Paulo". O vídeo mostra uma reunião com dirigentes dos Correios em Minas Gerais, onde o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) afirma que a presidente Dilma Rousseff só chegou a 40% das intenções de votos no estado porque "tem dedo forte dos petistas dos Correios".

Em outro momento, Durval Ângelo, um dos coordenadores da campanha de Fernando Pimentel ao governo de Minas, pede ao presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, que informe à direção nacional do partido sobre "a grande contribuição que os Correios estão fazendo" nas campanhas. O vídeo não deixa claro qual é a "grande contribuição" que a estatal estaria fazendo.

O presidente dos Correios negou que a empresa mobilize os funcionários para campanha eleitoral. “Os Correios não mobilizam funcionários para nenhuma campanha. Os cidadãos se organizam livremente e fazem campanha” , rebateu Oliveira.

Ele citou como exemplo o caso de um grupo de funcionários que se reúne durante o período eleitoral para fazer campanha. “Mas como qualquer um de nós, como cidadão, nos horários livres de trabalho”, afirmou.

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