Presidenciável
do PSOL afirma querer vencer eleição, mas não espera polarizar com os três mais
bem colocados.
Qual a contribuição do PSOL
para a campanha eleitoral deste ano?
O
debate sobre a necessidade de uma revolução na estrutura tributária, hoje
baseada na taxação de salários e do consumo em detrimento da riqueza e da
propriedade. Propomos atualizar a tabela do IR, que deveria ter faixa de
isenção de R$ 2,7 mil (hoje é de até R$ 1.787,77), e desonerar o consumo.
Paralelamente, defendemos aumento da tributação do sistema
financeiro — a carga
de imposto dos bancos é de 17%, contra 35% do setor produtivo — e
regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, já na Constituição de 1988.
Propomos alíquota de 5% para fortunas acima de R$ 50 milhões, 5 mil famílias no
Brasil. Calculamos arrecadação de R$ 90 bilhões/ano com isso, todo o orçamento
da Educação. Hoje, mais da metade da arrecadação de impostos federais vem de
quem ganha até 3 salários mínimos.O Congresso nunca teve interesse em regulamentar o imposto sobre fortunas. Por que acha que mudará isso?
Porque
terei apoio popular. Teríamos maior capacidade de pressão. O balcão de negócios
é que constrói a maioria, ou com mensalão, compra de votos, emendas, cargos.
Isso é porque os governos precisam aprovar propostas sem respaldo popular.
Como negociará apoio no
Congresso?
Na
base da pressão popular. Iremos compor o governo com setores da sociedade que
não estão vinculados a siglas.
Não é o mesmo discurso da
candidata Marina Silva (PSB)?
Não,
Marina diz que vai governar com PT e PSDB. Nunca ouvi Marina dizer que vai
contar com a pressão popular. A visão dela é totalmente maniqueísta. Não se
trata de bons ou maus, trata-se de ter lado. O problema da Marina é que ela não
enxerga que tem que ter um lado. Quer ficar em cima do muro dizendo que vai
governar só com os melhores. Mas de que lado? Marina quer dizer que está com os
dois lados, mas isso não existe na política.
A presidente Dilma Rousseff não padece do mesmo mal?
Não.
Dilma diz que está do lado do povo, mas na prática está ao lado dos ricos.
Tanto que os bancos nunca lucraram da forma como estamos vendo.
O que dá ânimo na disputa?
Povo
na rua. As bandeiras das quais sou porta-voz vão seguir depois da eleição. Por
isso a importância de votar no partido, independentemente das possibilidades
reais de ganhar. Porque, se o (Pastor) Everaldo acabar na minha frente, é sinal
de que os setores reacionários estão com mais força do que os progressistas.
Então o objetivo imediato é
bater o Pastor Everaldo?
Nosso
objetivo é vencer a eleição. Mas ganhar do (Pastor) Everaldo já será uma
vitória importante para as bandeiras que represento. Vai mostrar que essas
bandeiras têm mais força que o conservadorismo representado pela candidatura do
pastor. Sentimos que houve um salto grande na última semana. As pesquisas têm margem
de erro significativa nos percentuais de que estamos falando.
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