sábado, 26 de julho de 2014

Israel x Palestina – Olho por olho?


Dagmar Vulpi

Às vezes somos traídos por nossas convicções, e isso ocorre sempre que nos deixamos levar por nossas emoções, deixando de lado uma conselheira que seria bem melhor, que é a razão, e é exatamente esta que ignoramos que deveria, eu ‘disse’ deveria ser a norteadora de todas as nossas atitudes.

Quem de nós nunca foi injusto pelo menos uma vez na vida, julgando que algo fosse de uma forma, quando na realidade era o oposto daquilo? Somos meros seres humanos, logo, estamos sujeitos aos equívocos que as situações do dia-a-dia nos impõem.

Dias desses deparei-me numa dessas situações que, guardadas as quilométricas proporções poderiam ser comparada a essa guerra idiota entre judeus e palestinos.

Estando assistindo a um documentário no canal Net Geo Wild, onde um cinegrafista acompanhava de perto o dia a dia de um determinado grupo de leões fui pego numa dessas situações onde a emoção se sobrepõe à razão, mas naquele momento eu tinha uma justificativa razoável, afinal, eu estava presenciando uma cena aonde uma leoa aproximou-se sorrateira e abocanhou um inofensivo filhote de gnu que acabará de nascer, fiquei observando aquela cena e mesmo sabendo que esta é a lei da sobrevivência onde o mais forte se sobrepõe ao mais fraco, não me permitia concordar com aquelas fortes imagens. Pois bem, na sequencia do programa, a leoa que havia devorado o filhote de gnu, e que por sua vez também tinha sua própria cria, por algum motivo acabou se afastando da proteção do grupo levando seus filhotes, ela se distanciou o suficiente que permitiu que fossem atacados por um bando de hienas, o ataque resultou na morte dos filhotes da leoa e os pequenos foram prontamente devorados por seus algozes. E foi naquele momento de selvageria que eu fui traído, pois, enquanto as hienas devoravam os pequenos leõezinhos eu senti uma sensação boa, parecia que ali a justiça se fazia presente, afinal a leoa estava sentindo a mesma dor que a mãe do filhote que ela devorou havia sentido, ou seja, olho por olho. 

Mas não demorou muito e aquela sensação de justiça que eu sentia foi interrompida por minha razão, e foi naquele momento que percebi que os filhotes da leoa que estavam sendo devorados, eram tão culpados quanto o filhote de gnu pelo qual eu me compadeci no inicio do programa.


E assim é na nossa vida, onde alguns ainda que inconscientemente concordam com a guerra entre Israel e Palestina, afinal o HAMAS também atacou as bases militares de Israel, e pouco importa a morte de milhares de crianças palestinas. Suas mortes são justificadas pelo olho por olho. 

5 comentários:

  1. Gostei muito deste diálogo fictício, me lembrou de certa maneira o seu:

    DIPLOMACIA
    - Precisa matar crianças?
    - Mas os caras são terroristas.
    - Mas e as crianças?
    - Eles usam as crianças de escudo.
    - Mas as crianças continuam morrendo.
    - Eles não tão nem aí.
    - E as crianças? O que tem a ver com isso?
    - Eles cavam túneis. Eles usam bombas. Eles nos odeiam.
    - Tá. E as crianças? O que tem a ver com isso?
    - Eles usam as crianças!
    - Tá. Mas pra que matar as crianças? É incompetência, então?
    - Nós temos que combater eles!
    - Eles quem? As crianças?
    - Tu não entendeu? Eles são terroristas!
    - As crianças? Que vocês mataram?
    - Cala a boca, seu idiota! Você está do lado deles!
    - De quem? Das crianças?
    - Não. Dos terroristas.
    - As crianças são terroristas?
    - Olha aqui. É uma guerra!
    - Uma guerra entre crianças?
    - Cale a boca. Você não entende nada! Vai estudar!
    - Aonde? No colégio cheio de crianças que explodiram?
    - Você não entende! Parece uma criança!
    - Uh, agora fiquei com medo. Vai me matar também?

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  2. Existe uma diferença nisto por causa da força. Em 1945 os EUA usou 2 bombas nucleares contra um estado já morto que era o Japão, mas que ainda insistia em viver. Na Palestina, Israel usa quase que o equivalente as bombas americanas em cima de defunto morto sem chance de viver nem por milagre.

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  3. Só lamento que na verdade Dagmar a senadora maioria que trata deste tema triste aqui, o faz de acordo com as convicções partidárias de suas preferências. Por esta razão me abstenho de comentar. Não existe o certo na guerra deste tipo. Muito menos os que tem mais força

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    Respostas
    1. Certo Ana Vaz de Mello certamente que, caso eu tivesse feito uma analogia de forma a promover determinado partido ou candidato em detrimento de outro, este seria um post de sucesso, com várias participações chegando talvez a centenas daqueles, porém, muito provavelmente, entre aqueles tantos comentários haveriam poucos que pudessem colaborar para uma melhor conscientização política de nossa sociedade, e é por isso que optei por fazer esta tipo de analogia, procurando, ainda que talvez eu não tenha conseguido, tratar de um assunto que considero sério com o respeito que ele merece. Um comentário sério e uma curtida já seriam suficientes para atender minhas expectativas, e isso eu já consegui, portanto valeu muito a pena. Fraterno abraço e um ótimo final de semana.

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  4. Um ótimo domingo para você Dagmar Vulpi. Torcemos por um mundo, por um Brasil sem miséria, com oportunidades para todos e com a paz! Não vamos desistir! Estou com você! Abraço!

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Dag Vulpi

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