Dagmar
Vulpi
Às
vezes somos traídos por nossas convicções, e isso ocorre sempre que nos
deixamos levar por nossas emoções, deixando de lado uma conselheira que seria bem
melhor, que é a razão, e é exatamente esta que ignoramos que
deveria, eu ‘disse’ deveria ser a norteadora de todas as nossas atitudes.
Quem
de nós nunca foi injusto pelo menos uma vez na vida, julgando que algo fosse de
uma forma, quando na realidade era o oposto daquilo? Somos meros seres humanos,
logo, estamos sujeitos aos equívocos que as situações do dia-a-dia nos impõem.
Dias
desses deparei-me numa dessas situações que, guardadas as quilométricas proporções
poderiam ser comparada a essa guerra idiota entre judeus e palestinos.
Estando
assistindo a um documentário no canal Net Geo Wild, onde um cinegrafista
acompanhava de perto o dia a dia de um determinado grupo de leões fui pego numa
dessas situações onde a emoção se sobrepõe à razão, mas naquele momento eu
tinha uma justificativa razoável, afinal, eu estava presenciando uma cena aonde
uma leoa aproximou-se sorrateira e abocanhou um inofensivo filhote de gnu que
acabará de nascer, fiquei observando aquela cena e mesmo sabendo que esta é a
lei da sobrevivência onde o mais forte se sobrepõe ao mais fraco, não me
permitia concordar com aquelas fortes imagens. Pois bem, na sequencia do
programa, a leoa que havia devorado o filhote de gnu, e que por sua vez também
tinha sua própria cria, por algum motivo acabou se
afastando da proteção do grupo levando seus filhotes, ela se distanciou o suficiente que permitiu que fossem atacados por um
bando de hienas, o ataque resultou na morte dos filhotes da leoa e os pequenos foram
prontamente devorados por seus algozes. E foi naquele momento de selvageria que
eu fui traído, pois, enquanto as hienas devoravam os pequenos leõezinhos eu
senti uma sensação boa, parecia que ali a justiça se fazia presente, afinal a
leoa estava sentindo a mesma dor que a mãe do filhote que ela devorou havia
sentido, ou seja, olho por olho.
Mas
não demorou muito e aquela sensação de justiça que eu sentia foi interrompida
por minha razão, e foi naquele momento que percebi que os filhotes da leoa que estavam
sendo devorados, eram tão culpados quanto o filhote de gnu pelo qual eu me
compadeci no inicio do programa.
E
assim é na nossa vida, onde alguns ainda que inconscientemente concordam com
a guerra entre Israel e Palestina, afinal o HAMAS também atacou as bases militares
de Israel, e pouco importa a morte de milhares de crianças palestinas. Suas
mortes são justificadas pelo olho por olho.
Gostei muito deste diálogo fictício, me lembrou de certa maneira o seu:
ResponderExcluirDIPLOMACIA
- Precisa matar crianças?
- Mas os caras são terroristas.
- Mas e as crianças?
- Eles usam as crianças de escudo.
- Mas as crianças continuam morrendo.
- Eles não tão nem aí.
- E as crianças? O que tem a ver com isso?
- Eles cavam túneis. Eles usam bombas. Eles nos odeiam.
- Tá. E as crianças? O que tem a ver com isso?
- Eles usam as crianças!
- Tá. Mas pra que matar as crianças? É incompetência, então?
- Nós temos que combater eles!
- Eles quem? As crianças?
- Tu não entendeu? Eles são terroristas!
- As crianças? Que vocês mataram?
- Cala a boca, seu idiota! Você está do lado deles!
- De quem? Das crianças?
- Não. Dos terroristas.
- As crianças são terroristas?
- Olha aqui. É uma guerra!
- Uma guerra entre crianças?
- Cale a boca. Você não entende nada! Vai estudar!
- Aonde? No colégio cheio de crianças que explodiram?
- Você não entende! Parece uma criança!
- Uh, agora fiquei com medo. Vai me matar também?
Existe uma diferença nisto por causa da força. Em 1945 os EUA usou 2 bombas nucleares contra um estado já morto que era o Japão, mas que ainda insistia em viver. Na Palestina, Israel usa quase que o equivalente as bombas americanas em cima de defunto morto sem chance de viver nem por milagre.
ResponderExcluirSó lamento que na verdade Dagmar a senadora maioria que trata deste tema triste aqui, o faz de acordo com as convicções partidárias de suas preferências. Por esta razão me abstenho de comentar. Não existe o certo na guerra deste tipo. Muito menos os que tem mais força
ResponderExcluirCerto Ana Vaz de Mello certamente que, caso eu tivesse feito uma analogia de forma a promover determinado partido ou candidato em detrimento de outro, este seria um post de sucesso, com várias participações chegando talvez a centenas daqueles, porém, muito provavelmente, entre aqueles tantos comentários haveriam poucos que pudessem colaborar para uma melhor conscientização política de nossa sociedade, e é por isso que optei por fazer esta tipo de analogia, procurando, ainda que talvez eu não tenha conseguido, tratar de um assunto que considero sério com o respeito que ele merece. Um comentário sério e uma curtida já seriam suficientes para atender minhas expectativas, e isso eu já consegui, portanto valeu muito a pena. Fraterno abraço e um ótimo final de semana.
ExcluirUm ótimo domingo para você Dagmar Vulpi. Torcemos por um mundo, por um Brasil sem miséria, com oportunidades para todos e com a paz! Não vamos desistir! Estou com você! Abraço!
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