quinta-feira, 6 de março de 2014

Cartel de SP usou laranjas no Uruguai para suborno


Polícia Federal e investigadores suíços acreditam que Alstom e Siemens usaram empresas fantasmas domiciliadas em Montevidéu para pagar propina a funcionários das estatais de trem e metrô de São Paulo; em um dos casos, a multinacional alemã cita supostas consultorias da Gantown e da Leraway, em abril de 2000, relativas à implantação da Linha 5 (Lilás) do Metrô; ex-diretor da multinacional Siemens Everton Rheinheimer afirma que houve suborno de 9% no contrato de R$ 1,57 bilhão 

A Polícia Federal identificou três empresas uruguaias de fachada, contratadas pela Alstom e pela Siemens para dar consultoria sobre projetos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Elas podem ter sido usadas para pagar propina a agentes públicos das estatais de São Paulo dentro do esquema do cartel.

Reportagem de Fernando Gallo, do Estado de S. Paulo, afirma que Gantown, a Leraway e a GHT Consulting estão domiciliadas em Montevidéu onde funciona o escritório Guyer y Regules, especialista em criar sociedades anônimas. Elas fazem parte de uma lista de empresas que o Ministério Público da Suíça atribui aos consultores Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira. Arthur foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito do cartel, suspeito de intermediar as propinas.

Três secretários do governo do Estado são citados como destinatários do suborno: o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, o secretário de Energia, José Aníbal e o hoje secretário do Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia (DEM).

Segundo o Ministério Público suíço, a Alstom firmou, em 1999, contratos de consultoria com a Gantown e a GHT Consulting para fornecer 129 composições à CPTM.

A Siemens também usou o suposto serviço em abril de 2000 para consultoria relativa à implantação da Linha 5 (Lilás) do Metrô.

O negócio em questão foi subornado segundo depoimento do ex-diretor da multinacional Siemens Everton Rheinheimer. Ele afirma que as empresas suspeitas cartel pagaram 9% para fornecer trens à linha 5 do Metrô, um contrato de R$ 1,57 bilhão, em valores atualizados.

No total, o esquema montado em governos tucanos em São Paulo, desde a gestão de Mario Covas (1998), pode ter pago mais de R$ 197 milhões em propina.

Três secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB) são citados como destinatários do suborno: o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, o secretário de Energia, José Aníbal e o hoje secretário do Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia (DEM).

Leia aqui reportagem do Estado de S. Paulo sobre o assunto.

Do Brasil 247

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