sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Suspeito confirma esquema para financiar protestos

Em depoimento à polícia, Caio afirma existência de financiadores de protesto

Ativistas que discordam da prática teriam divulgado prestação de contas em rede social

Caio disse à polícia que já lhe ofereceram dinheiro
 para atuar em manifestações do Rio
Carlos Moraes / Agência O Dia
Em depoimento à polícia, o manifestante Caio Silva de Souza, suspeito de acender o rojão que atingiu o cinegrafista da Band, confirmou a existência de um esquema de aliciamento de jovens para protestos do Rio. Ele contou que já foi convidado para participar de manifestações de forma remunerada e que viu uma prestação de contas nas páginas do Black Bloc verdade e Anonymous, no Facebook.

Souza afirmou não conhecer os responsáveis pela prática, mas que eles aparecem em protestos e, em caso de dificuldades financeiras do manifestante, oferecem dinheiro da passagem e quentinhas.

Segundo o jovem, ele não foi chamado pela ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, para participar dos protestos. Mas Souza conta que ela organiza protestos e "ajuda a manipular a forma como a manifestação vai acontecer", apesar de não ser a líder.

A página Black Bloc verdade, no Facebook, divulgou nesta quinta-feira (13) imagem de suposta prestação de contas. A imagem mostra pessoas que teriam recebido dinheiro e supostos doadores. A lista indica ao menos dois vereadores como doadores, sem contudo identificá-los.

A Polícia Civil informou, na quarta (12), que apura suposto esquema de aliciamento nos protestos. Nesta quinta, o delegado responsável pela investigação da morte de Santiago Andrade, Maurício Luciano, informou que o suposto aliciamento de manifestantes só configura crime em casos em que o financiamento tiver relação com estímulo à violência.

Partidos
No depoimento, Souza afirmou que tal prestação de contas já havia sido publicada antes porque dentro do grupo de ativistas há discordâncias sobre a prática. Ele diz que nos protestos há pessoas encarregadas de distribuir pedras e apetrechos, mas que não as conhece.

Souza também confirma que ouviu falar que um deputado teria ajudado um grupo chamado “Mais Pão e Menos Opressão”, mas não sabe quem é esse parlamentar. Ele diz acreditar que os partidos que levam bandeiras para os protestos são os que financiam tal esquema. No depoimento, ele cita o PSOL e o PSTU.

O PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) divulgaram notas em que negam qualquer ligação com os manifestantes que adotam a tática black bloc e promovem vandalismo em protestos.

O PSTU também negou ter relação com os dois rapazes presos suspeitos de terem lançado o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade.

"Nas manifestações do ano passado, o PSTU foi o único partido de esquerda a contestar e discordar publicamente dos métodos empregados por estes setores do movimento social. Exigimos que se apure a denúncia de financiamento desses jovens. Se eles receberam dinheiro para agirem como provocadores, exigimos que se diga quem os financiou. Não só quem financiou esses jovens, mas quem financia a defesa da dupla acusado-delator", afirma a nota.

"Somos radicalmente contrários à perseguição que os governos vêm promovendo contra os movimentos sociais. A violência instaurada naquele dia na Central do Brasil é de responsabilidade do governo e da Polícia Militar. Prestamos nossa solidariedade aos familiares de Santiago e continuaremos lutando para que novas tragédias como esta não aconteçam", conclui o texto.

Já o PSOL afirma que irá processar quem tenta vincular o nome do partido aos vândalos. Leia a nota na íntegra:

"Desde o trágico incidente que culminou com a morte do cinegrafista Santiago, vários boatos — depois "desmentidos" — tentam vincular o PSOL e seus parlamentares ao ocorrido. O Partido Socialismo e Liberdade declara que, mais uma vez, são levianas as acusações de seu envolvimento nesse lamentável episódio. Os responsáveis por tais acusações serão devidamente processados.

O PSOL não utiliza nem defende o uso de atos de violência como método e prática política nas manifestações, bem como nunca manteve qualquer contato com os acusados de participação nesta tragédia. O partido, consternado com a morte do cinegrafista, transmite irrestrita solidariedade à família, amigos, colegas de trabalho e profissão de Santiago Ilídio de Andrade, exigindo uma investigação séria que responsabilize todos os envolvidos.

A denúncia sobre possíveis financiamentos de militantes não constitui prática do partido e exigimos que seja investigada. Para o PSOL-RJ, motivos para protestar continuam existindo. Seguiremos apoiando as mobilizações da população por seus direitos e a defesa de conquistas democráticas duramente alcançadas."

Do R7

4 comentários:

  1. Estimado Dagmar Vulpi, estou ficando cada dia mais apreensivo com esses protestos violentos. O sujeito falou em dois partidos e numa frente. Duvido que tenha falado tudo. O caminho é o estado de sítio que favoreceria a atual Presidente (Dilma) fazendo uma reeleição dando as cartas e jogando de mão, com uma super concentração de poder em suas mãos e, o que é pior, com amparo na Constituição Federal. Seria um Deus nos acuda. Tomara que eu esteja errado. Não é Espedito Freitas; José Rodrigues da Cunha; Jose Luiz Paes Amaral; Catarina Paladini e outros.

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    1. Concordo meu caro Claudiomar Pereira da Cunha. E não é preciso muito para chegar a essas conclusões. Basta voltar alguns meses, na época em que teve o inicio dos manifestos pacíficos. Tudo desencadeado pelo reajuste de 0,20 na passagem de ônibus. Assim que os manifestos AINDA pacíficos e encabeçados por populares tiveram inicio a popularidade da nossa presidenta despencou, com a participação de forma idiotas dos blac blocs os cidadãos de bem afastaram-se das manifestações e os índices de popularidade da presidenta voltou a subir. 2+2 = ?

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    2. Tem mais! Transcorrido o pleito, com a reeleição da Presidente já que concorreria em situação de desigualdade, podendo coibir até mesmo a atuação da imprensa, seu grande desejo, seria facilmente prorrogável o estado de sítio. O resto já sabemos como ficaria.

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Dag Vulpi

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