Blogueiro de
Veja.com afirma que, em Minas, não houve "mensalão" nem compra de
deputados, mas sim caixa dois de campanha; diz que ainda que provas contra o
ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, que pode passar o resto dos dias atrás
das grades e também foi ex-presidente do PSDB, foram fraudadas; por fim, avisa:
"vão patrulhar a vovozinha!"
Ao
fazer até a dosimetria de quem não foi nem julgado, Janot está tentando agradar
a quem?
Janot: sua
estranha petição traz a dosimetria de quem não foi nem julgado
Falo neste
blog da imprensa assediada por milícias. Na cabeça dessa pterodáctilos, o
jornalismo só é sério quando dá as notícias e emite as opiniões com as quais
eles concordam. Se não for assim, não vale. Compreendo. Afinal, temos aí o PT,
não é? Justiça boa, para eles, é aquela que condena seus adversários. Quando
pega alguém da turma, aí não serve. Ai eles acusam os juízes de parciais, de
politiqueiros, de despreparados. Já houve petralhas dizendo até que Joaquim
Barbosa é negro, acreditam? Pois é. Os milicianos atuam com vigor e energia no
caso do mensalão mineiro.
Entre outras
falácias, inventaram que o caso aconteceu primeiro, mas não foi julgado até
agora porque os tucanos estão sendo protegidos. Errado. Erradíssimo. Está sendo
julgado depois porque as acusações apareceram depois, e a denúncia foi
oferecida depois, entenderam? Isso não dá para desenhar. Também se insiste em
afirmar que o esquema de Minas é rigorosamente igual ao mensalão petista — essa
turma tem esta síndrome: “Nossas sacanagens nunca são originais; aprendemos com
os outros…” Vão mais longe: desafiam os jornalistas, como se fosse preciso
grande coragem para tanto, a pedir cadeia para Eduardo Azeredo, como aconteceu
com Dirceu. Então vamos começar a botar alguns pingos nos is, abordando,
inclusive, a estranhíssima e inusitada petição apresentada por Rodrigo Janot ao
Supremo.
É a mesma
coisa? Não!
Vamos lá. Se
aconteceu tudo conforme a acusação em Minas, ainda assim, nesse caso, não foi
mensalão mesmo, mas caixa dois de campanha com uso de dinheiro público. Todo o
ardil, segundo o Ministério Público, busca financiar a campanha à reeleição de
Eduardo Azeredo. Isso, reitero, caso fique tudo provado. Não havia um esquema
de pagamento para parlamentares; não se tratava de cooptação de uma fatia do
Congresso — ou da Assembleia de Minas. Ainda que o dinheiro tenha passado pelas
agências de Marcos Valério, ainda que, insisto, tudo seja conforme se acusou,
trata-se de outra coisa.
“Ah, então
você está dizendo que não é grave?” Uma ova! Eu só estou dizendo tratar-se de
outra coisa.
Por que
Azeredo sim e Lula não?
Há uma outra
diferença fundamental. Azeredo está para o que se passou a chamar de “mensalão
mineiro”, ainda em investigação, como Lula estava para o mensalão petista.
Refiro-me a seus respectivos lugares. A mesmíssima posição. Cabe perguntar: por
que o agora deputado mineiro é réu nesse processo, e Lula não se tornou réu
naquele? Deem uma única e sólida razão.
“Ah, por que
não havia provas contra Lula”, responderá alguém. Pois é… E quais são as provas
contra Azeredo, as evidências de que sabia de tudo, de que estava no controle?
Nenhuma. Há, sim, um troço que foi anexado ao inquérito como prova: a
suposta assinatura de Azeredo num recibo de caixa dois ou algo assim. As
evidências de que essa assinatura é falsa são gritantes. De resto, é preciso
decidir se acham o ex-governador muito esperto ou muito burro para assinar esse
tipo de recibo.
A estranha
petição de Janot
Rodrigo Janot,
procurador-geral da República, enviou uma estranha petição ao Supremo. Não se
limitou a, vá lá, pedir a prisão de Azeredo, o que é estranho porque o
julgamento está para começar. Mas não se contentou com isso: ele também
resolveu fazer a dosimetria, estipulando o tempo de cadeia — nada menos de 22
anos — e o valor da multa a ser paga.
Ou por outra:
Janot investigou, ofereceu a denúncia, condenou e já está na fase da dosimetria
da pena. Se tudo sair como ele quer, espero que não se ofereça para ser o
carcereiro. Ora, é um homem inteligente o bastante para saber que, obviamente,
esse é o tipo de coisa que rende manchete, estardalhaço, títulos garrafais, mas
que não têm, em si, a menor importância. Sair-se com um negócio como esse antes
mesmo de o relator no Supremo se pronunciar fica parecendo, assim, uma espécie
de prestação de serviço.
Bem, o assunto
vai render muito ainda. Mas os petralhas que resolveram encher o saco poderiam
tentar responder: por que Azeredo é réu, e Lula não?
De resto,
tendo havido os crimes, vale o óbvio: punição a quem deve, um princípio que
essa gente estranha. Podem patrulhar à vontade. Escrevo o que quero, não o que
querem que eu escreva. Não dependo da boa-vontade de quem me detesta para dizer
o que penso. Vão patrulhar a vovozinha!
UM PONTO, NA VEIA, DE RA: "POR QUE AZEREDO SIM E LULA NÃO?
ResponderExcluirHá uma outra diferença fundamental. Azeredo está para o que se passou a chamar de “mensalão mineiro”, ainda em investigação, como Lula estava para o mensalão petista. Refiro-me a seus respectivos lugares. A mesmíssima posição. Cabe perguntar: por que o agora deputado mineiro é réu nesse processo, e Lula não se tornou réu naquele? Deem uma única e sólida razão."
Ah tá. Depois a gente ri, os caras ficam indignados. Vão se coçar.
ResponderExcluirAh o do PT é mensalão e a do PSDB é caixa 2......sei..
ResponderExcluirLeia o artigo e compreenderás, Marcello. Veja, mas VEJA bem. Há todo um cuidado jornalístico nas palavras exaradas por Reinaldo Azevedo. "se", "ainda em investigação". Não se pode ser taxativo quando se está na fase preliminar do processo. Aliáááááás, o STF já condenou a malta quadrilheira corruPTa do PT e os petistas não estão convencidos... Que dirá agora, nesta fase, ainda preliminar? SENTENÇA DE 22 ANOS? Janot ser revela um petralha fazendo a dosimetria antes da condenação.
ExcluirRealmente o fato é que o esquema de caixa 2 foi inventado em Minas por Azeredo e Marcos Valério e cia...realmente ele estava a frente do seu tempo e da justiça...Alias PSDB está tão a frente que FHC pagou 200 mil para cada deputado aprovar sua reeleição..rsrsrsrsrs
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