Com a
comunicação oficial da renúncia à suprema corte, caberá ao ministro Luís
Roberto Barroso (relator do caso) decidir se o processo do "mensalão
tucano", continuará em tramitação no STF, uma vez que, como ex-deputado, o
ex-governador de Minas não tem mais o foro privilegiado; Azeredo é acusado de
desvio de dinheiro público durante a campanha pela reeleição ao governo de
Minas Gerais em 1998; para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
Azeredo atuou como “um maestro” no esquema; ele renunciou nesta quarta
(19) ao mandato na Câmara e quer ser julgado em Minas; Barroso avaliará se
Azeredo tentou manipular a jurisdição do seu caso
Avança a
manobra do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo para evitar que seu caso seja
julgado no Supremo Tribunal Federal e volte para a primeira instância. Depois
de renunciar ao mandato parlamentar, abrindo mão, assim, do foro privilegiado,
seu advogado, José Gerardo Grossi, comunicou a decisão ao STF. Caberá, agora, à
suprema corte decidir se Azeredo agiu ou não de modo deliberado para manipular
um caso, que estava prestes a ser julgado. "O STF tem reagido um
pouco quando considera que tem havido algum tipo de manipulação da jurisdição.
Não estou fazendo nenhum tipo de juízo de valor, mas é um dois elementos a
serem considerados", disse o ministro Luis Roberto Barroso.
Abaixo,
reportagem da Agência Brasil:
O advogado do
ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB), Jose Gerardo Grossi, comunicou ao
Supremo Tribunal Federal (STF) a renúncia do ex-parlamentar. Com a comunicação
oficial, caberá ao ministro Luís Roberto Barroso decidir se a Ação Penal 536, o
processo do mensalão mineiro, continuará em tramitação na Corte. Barroso é o
relator da ação. No processo, Azeredo é acusado de desvio de dinheiro público
durante a campanha pela reeleição ao governo de Minas Gerais em 1998.
Azeredo
renunciou hoje (19) ao mandato na Câmara dos Deputados. A carta, entregue pelo
filho de Azeredo, Renato Azeredo, no início da tarde, foi lida em plenário
minutos depois, oficializando o afastamento do político.
Com a
renúncia, Azeredo perdeu o foro privilegiado e o processo poderá ser remetido à
Justiça de primeira instância. No entanto, o envio das acusações não é
automático. No caso do ex-governador mineiro, Barroso vai avaliar se a renúncia
teve a intenção de retardar o fim da ação penal.
No dia 11
deste mês, Barroso abriu prazo de 15 dias para que o advogado de Azeredo
apresente as alegações finais no processo. Esta fase é a última antes do
julgamento pelo plenário da Corte. Após manifestação da defesa, o processo
deverá seguir para o revisor, ministro Celso de Mello, e, em seguida, para
Barroso, relator da ação penal.
Nas alegações
finais do Ministério Público, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
disse que Azeredo atuou como “um maestro” no suposto esquema e que ele desviava
recursos públicos em benefício próprio para financiar sua campanha política. O
procurador também diz que a prática dos crimes só foi possível por meio do
"esquema criminoso" montado pelo publicitário Marcos Valério,
condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
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