Por Dag Vulpi
Alguns
ocorridos recentes nesta magnífica rede social que é o Facebook, onde quase
todos os cidadãos do mundo possuem o direito à participação, me fizeram refletir
sobre alguns pontos. Foquei principalmente, talvez até por ser administrador de
um deles, impressionado com a forma como os grupos que ali são criados conseguem atrair a
atenção de muitos, e consequentemente à solicitação da maioria para tornarem-se
membros daqueles.
Normalmente os
grupos são criados com objetivos bem definidos, e suas concepções são “gestadas”
durante ou na sequência de um bom debate realizado entre formadores de opinião sobre
um assunto especifico e de interesse coletivo.
Nove entre
dez grupos do Facebook possuem como foco principal o de tratar de assuntos
relacionados à política. E é este detalhe, a política, que torna estes grupos
tão interessantes, onde, bastará uma vírgula “atravessada” durante um debate
para transformar o grupo num grande barril de pólvora. São nesses momentos de efervescência,
e quase somente neles, que são lembrados da existência dos administradores, e
nestes casos eles são “convidados” para mediar os ânimos, onde deverão atuar
como um soldado do corpo de bombeiros, apagando o fogo o mais rápido e de forma
a causar os menores estragos possíveis e voltar para o quartel.
Por serem
previamente projetados, eles são na sua quase totalidade direcionados para
determinada matiz ideológica político-partidária, seja ela, de esquerda, centro
ou direita. O que deve ser evitado para a harmonia e bom entendimento entre
todos os membros destes grupos é a miscelânea destas matizes, correndo um sério
risco de fracasso os grupos que insistirem em não respeitar essas regras.
Há alguns anos
atrás, eu e mais alguns amigos resolvemos desafiar essas regras, imaginando ser
possível que, com imparcialidade, bastante tato e muito bom senso poderiam ser
ajuntados num mesmo grupo a multiplicidade de conceitos e culturas, inerentes aos
variados membros que propúnhamos aglutinar. Cada um tendo que conviver da forma
mais harmoniosa possível diante das diferenças dos outros. Assim nasceu o grupo Consciência Política e Razão Social.
No inicio, tendo
o grupo um número reduzido de membros a tarefa de mediar possíveis divergências
era fácil de ser administrada, porém, com o sucesso do grupo e o consequente aumento
no interesse de cada vez mais membros solicitarem a participação, as coisas
começaram a ficarem mais difíceis, e um complicador maior foi o fato de, mesmo
entre os criadores do grupo que haviam idealizado um espaço suprapartidário,
existirem alguns que não conseguiam mais manter uma postura neutra diante de determinadas
duras críticas, que nitidamente eram direcionados propositalmente para desestabilizá-los.
No inicio os
ânimos eram contidos entre nós mesmos através de mensagens inbox, mas com o passar
do tempo à situação foi ficando incontrolável, chegando ao ponto de haver um
racha entre os criadores do grupo. A situação saiu do nosso controle e só haviam
duas saídas, ou aqueles que, por estarem sofrendo pressão de determinada
parcela de participantes por fazerem parte de uma mesma corrente ideológica
assumiam o comando e o transformavam num espaço partidário, como tantos outros já
existentes, ou eu assumiria por conta e risco a defesa da manutenção do grupo
conforme ele havia sido idealizado, ou seja, lutaria pela manutenção do espaço suprapartidário.
Infelizmente não foi possível haver um acordo entre nós criadores do grupo, e a
minha postura de defender a continuidade do grupo conforme ele foi idealizado, custaram-me
algumas amizades e uma enxurrada de críticas, vindas principalmente de membros
que tentaram de todas as maneiras tornar o espaço POLI em UNI.
O tempo passou,
as feridas cicatrizaram, e alguns dissidentes retornaram.
Porém, afirmo
que seria impossível manter o grupo minimamente coerente, e com um relacionamento
satisfatório entre os membros apesar de tantas diferenças, caso eu tivesse
alguma preferência partidária. Quem de fato me conhece sabe o quanto eu gosto
de política, inclusive das participações ativas que já tive à frente de
executivas de partidos políticos do meu município. Mas consigo, apesar de muitos
não concordarem manter-me apartidário, não confundir com apolítico, e
certamente é por este motivo que consigo, ainda que da forma que não é a mais desejável,
manter a unidade do grupo.
A interação
harmoniosa numa rede social não é tarefa fácil, dada à multiplicidade de
conceitos e culturas que o tempo lapidou em cada um de nós.
bom, bom mesmo...
ResponderExcluirhttp://homehinos.blogspot.com.br/
http://homehinos.blogspot.com.br/
Boa noite homehinos,
ExcluirSeja sempre bem-vindo!
Agradeço sua visita e participação.
Fraterno abraço e sucesso.